Hospital recruta pacientes para pesquisa clínica com novo tratamento em esclerose múltipla

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), está selecionando voluntários para o protocolo da pesquisa clínica Gavotte com novo tratamento para pacientes com esclerose múltipla. O estudo pretende avaliar a eficácia, a segurança e a farmacocinética de uma dose mais alta da medicação ocrelizumabe, em comparação com a dose aprovada de 600 mg.

Os voluntários precisam ter entre 18 e 55 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de esclerose múltipla progressiva primária. Ao todo, devem ser recrutados 30 pacientes em 11 instituições do Brasil. Os participantes serão randomizados — ou seja, os integrantes são escolhidos de forma aleatória. Serão um mínimo de cinco doses de tratamento mais altas (1200 mg ou 1800 mg), de acordo com o peso corporal, de ocrelizumabe administrado por infusão intravenosa (IV), a cada 24 semanas na fase de tratamento duplo-cego. A estimativa é que o estudo seja concluído em setembro de 2028.

Os pacientes da esclerose múltipla evoluem normalmente de três formas: remitente recorrente, aqueles em que ocorre um surto e uma recuperação; secundariamente progressivo, que começa remitente recorrente e depois tem uma piora lentamente progressiva; e o terceiro grupo, que são os primariamente progressivos, aqueles pacientes que têm progressão da doença desde o começo, ou seja, vão piorando lenta e progressivamente.

Segundo a responsável pela pesquisa e médica neurologista do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes do Hospital Moinhos de Vento, Maria Cecília Aragon de Vecino, o estudo Gavotte visa os pacientes primariamente progressivos e os protocolos são bastante rígidos, já que o objetivo é avaliar os que estejam sem tomar a medicação de ocrelizumabe há pelo menos dois anos. “Basicamente, queremos testar um ajuste de dose. Tentar entender se, com uma aplicação de dose maior do que é usado nos estudos originais, seria possível conseguir maior eficácia no tratamento, se melhoraria a capacidade funcional dos pacientes, diminuiria a incapacitação e  reduziria a atividade na ressonância”, afirma.

A pesquisadora destaca ainda que já conhecemos a eficácia da droga nos pacientes com evolução primariamente progressiva, e é muito boa. “Neste estudo, se procura por maiores benefícios para este grupo. E provável que exista uma dosagem diferente para alguns pacientes e que aqueles que não atingem nosso objetivos com a dose padrão de hoje se beneficiem com um regime de tratamento diferenciado”, destaca.

Esclerose múltipla

Estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem) apontam que cerca de 40 mil brasileiros possuem a doença. A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal, causando diversos sintomas como perda da visão, perda de força, fadiga e alterações da sensibilidade.

Mais informações sobre a pesquisa basta contatar o hospital pelo telefone (51) 3314-2965 ou pelo e-mail pesquisa.clinica@hmv.org.br.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.