Prevista para começar em 4 de abril, a campanha de vacinação contra o vírus influenza se restringirá a crianças de até 4 anos, em 2022, de acordo com informe técnico divulgado pelo Ministério da Saúde. Portanto, o grupo de 5 anos é excluído do esquema de imunização contra a gripe peremptoriamente, sob a justificativa de que faltam seringas e outros insumos.
Especialistas médicos e entidades da medicina e da saúde são duros nas críticas ao Ministério da Saúde. Consideram a justificativa um atestado de incompetência e incapacidade nos processos de gestão, afinal as campanhas são parte do calendário anual de ações de prevenção e todos os insumos, seringas inclusas, deveriam estar provisionados e já ter sido comprados.
Além do mais, a vacinação contra a influenza é de suma importância para a proteção de populações vulneráveis. Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, avalia que o Ministério comete mais um erro em conjuntura que segue preocupante com a Covid-19. “Temos de considerar que as crianças, muitas vezes, são porta de entrada do vírus na família e participam da cadeia de transmissão”.
Para Marun David Cury, pediatra e diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina, no mínimo, provoca estranheza a exclusão dos pequenos com 5 anos completos. “A imunização é fundamental em todas as idades, já que a influenza causa irritação da via respiratória, principalmente na inferior que são os brônquios e pulmões, inclusive sendo facilitador de pneumonia intersticial, podendo até levar a óbito.”