O Brasil registrou mais de 757 mil casos prováveis de dengue de 2 de janeiro a 7 de maio de 2022, o que representa um aumento de mais de 150% em relação ao mesmo período de 2021. Os dados foram publicados no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde e apontam a importância do monitoramento, cuidado e medidas de prevenção relacionadas às arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Um levantamento realizado pelo InfoDengue, sistema de monitoramento de casos de dengue, zika e Chikungunya desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, também reforça a necessidade de medidas de combate a proliferação do mosquito Aedes aegypti e apontam que a região Nordeste apresenta municípios com alta incidência para os padrões históricos e com aumento de casos de chikungunya.
As arboviroses mais comuns em ambientes urbanos são: dengue, Zika e chikungunya, e os vírus causadores dessas doenças são transmitidos através da picada pelo mosquito. Com o retorno das atividades presenciais após o fim do isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, a alta circulação de pessoas pode ter favorecido o aumento dos casos durante o período. “Quando as pessoas passam a sair do domicílio para as atividades rotineiras, deixam de cuidar tão bem e passa a ter um maior número de criadouros dentro das casas. É muito importante que todos entendam que mais de 90% dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro do domicílio, então cada um tem que cuidar do seu lar para que assim a gente consiga diminuir a população do mosquito e diminuir o risco de epidemias”, destaca André Ribas, epidemiologista e consultor científico da A CASA
Medidas simples que podem ser realizadas em poucos minutos por toda a população ajudam na redução dos focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Não jogar lixos em terrenos baldios, manter água da piscina sempre tratada, lavar e trocar a água dos bebedouros dos animais por pelo menos uma vez por semana, manter o quintal limpo recolhendo lixos e detritos e manter os lixos bem fechados são exemplos de ações.
A população também atua no combate e redução de casos ajudando dando apoio ao trabalho dos agentes de combate às endemias (ACEs) e dos agentes comunitários de saúde (ACSs) que são essenciais para a promoção da saúde. São mais de 370 mil agentes de saúde e endemias atuantes nos 5570 municípios brasileiros, os agentes visitam as famílias em suas casas, estão atentos aos relatos, identificam problemas nas residências e outros espaços para evitar condições favoráveis ao desenvolvimento de focos para a proliferação de doenças potencialmente endêmicas, como dengue, malária, Zika, doença de Chagas, e também promovem ações educativas para a população. “A CASA é um projeto de integração dos agentes e tem uma função muito importante. Os agentes comunitários (ACSs) e de combate às endemias (ACEs) trabalhando de forma integrada podem contribuir muito tanto para a conscientização das pessoas como para o controle do Aedes aegypti”, explica André Ribas.