Com legado de excelência e serviços humanizados, Pró-Saúde encerra gestão no Hospital Oncológico Infantil

A trajetória construída pelo time multiprofissional da Pró-Saúde, que atuou durante exatos seis anos e oitos meses no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA), encerra-se na quinta-feira (30). A entidade deixa um legado que contribui fortemente com a história da saúde pública no segmento da oncologia pediátrica no Estado do Pará.

A entidade filantrópica Pró-Saúde foi a primeira gestora hospitalar a administrar a Unidade que teve sua inauguração em outubro de 2015, sendo o primeiro hospital público da Amazônia especializado no tratamento contra câncer que acomete crianças e jovens de até 19 anos.

De acordo com a diretora Operacional da Pró-Saúde no Pará, Alba Muniz, que também atuou durante seis anos como diretora Hospitalar do Oncológico Infantil, a gestão da entidade foi diferenciada e trouxe muitos ganhos. “Durante todo o tempo de nossa permanência fomos guiados por um modelo de gestão estratégica inteligente, que estimulou a troca de experiências e a contínua realização de análises de desempenho, visando sempre à qualidade e ao acesso dos usuários aos serviços assistenciais humanizados”, disse.

Alba acrescentou ainda que o aspecto norteador que garantiu que Oncológico Infantil obtivesse notoriedade na oferta de um serviço de saúde pública “foi o trabalho integrado de diversos profissionais qualificados, seguindo sempre o cumprimento da legislação”.

A jornada da Pró-Saúde no Oncológico Infantil permitiu ao hospital obter a marca superior a 1,9 milhão de atendimentos, dos quais foram 3.041 mil cirurgias, 9.437 mil internações, 108.989 mil consultas ambulatoriais, 196.475 mil sessões de quimioterapia, 482.620 mil atendimentos multiprofissionais (Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional) e 1.198.723 milhão de exames.

Durante a pandemia da Covid-19, o trabalho de gestão da entidade teve destaque na imprensa, pois no período mais crítico enfrentado pela pandemia o hospital não deixou de receber nenhum caso novo de criança com câncer, diferentemente do que aconteceu em outras regiões do Brasil.

Durante e no pós-pandemia o time de profissionais garantiu o cuidado rigoroso dispensado às crianças internadas e a todo o time de colaboradores do hospital, evitando existência de grandes problemas com a pandemia.

Conquistas

Muitas delas reforçam a qualidade assistencial ofertada aos usuários como, por exemplo, o Selo de Excelência ONA 3, reconhecimento que atesta a cultura de padrões internacionais de qualidade e de segurança assistencial dedicados aos pacientes. Isso foi possível devido à avaliação e à qualidade e eficácia dos processos internos do Oncológico Infantil, que foi feita por auditores da Fundação Carlos Alberto Vanzolini, associada À Organização Nacional de Acreditação (ONA).

Dois momentos significativos aconteceram em 2017: o hospital passou a ser signatário do Pacto de Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU para promover a igualdade de gêneros e empoderamento das mulheres; e do Pacto Global da ONU, alinhando-se aos dez princípios da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho, à Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e também à Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

Experiência do Paciente

O cuidado centrado no ser humano integrou as ações de relacionamento com o paciente, que utilizou o Escritório de Experiência do Paciente (EEP), setor que disponibilizou suporte às diversas demandas cotidianamente apresentadas tanto por colaboradores quanto por pacientes.

As atividades do Escritório integraram de modo contínuo as ações envolvendo a implantação e gerenciamento de projetos específicos para o cuidado que converge para o ser humano.

Umas das iniciativas foi o projeto “Canto do Chef”, que por diversas vezes oportunizou que crianças em tratamento contra o câncer pudessem protagonizar o preparo de pequenas refeições. Muitas edições do projeto contaram com a participação voluntária de profissionais da área da gastronomia.

Outro momento marcante, focado na experiência do paciente, foi o caso do adolescente Jerllysson de Oliveira Paula, de 15 anos. O menino, com o apoio da Pró-Saúde, realizou seu sonho. A história do paciente à época ganhou notoriedade no hospital quando expôs seu desejo a sua mãe em querer lançar um livreto em formato de história em quadrinhos intitulado ‘Minha História’.

A história inspiradora viralizou nas redes sociais e ele teve a oportunidade de fazer eventos de lançamento oficial da sua obra, com direito a sessões de autógrafos em grandes livrarias de Belém e outras instituições públicas.

A partida de Jerllysson, em janeiro de 2021, deixou diversos colaboradores, médicos e voluntários do hospital entristecidos, pois ele fez história no hospital e conquistou o carinho de muitos.

Já o Canto da Empreendedora, projeto alinhado ao Pacto de Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU, foi outra ação que promoveu o engajamento de mulheres que cuidam de pacientes em tratamento oncológico. O projeto incentiva o empreendedorismo feminino, promove o desenvolvimento profissional e gera aumento da renda familiar.

Humanização

Durante sua gestão no Oncológico Infantil, a Pró-Saúde implantou várias iniciativas e realizou eventos focados em um de seus valores: a humanização. Alguns dos projetos do Setor de Humanização chamaram a atenção da sociedade e receberam elogios por instituições nacionais e locais que visitaram a unidade hospitalar.

O Percurso Lúdico foi um destes projetos que colocou o Oncológico Infantil como a primeira instituição da rede pública de saúde do Pará a implantar a iniciativa no Estado.

Com o uso de carrinho elétrico os pacientes de 2 a 6 anos de idade são transportados das alas de internação até o centro cirúrgico. A ação busca, por meio do ato de brincar, diminuir o sentimento de ansiedade, medo ou angústia causados por procedimentos invasivos.

Para Fábio Machado, diretor Hospitalar, a Pró-Saúde não mediu esforços em investir em ações de humanização durante a permanência no Oncológico Infantil. “Buscamos evidenciar todo tempo o nosso compromisso com um serviço pautado no cuidado assistencial e com a prática da humanização efetiva em nossas atividades. Temos certeza de que levamos sempre em consideração a saúde física e emocional de todos os pacientes. O valor da humanização sempre falou mais alto”, comenta.

Sustentabilidade

O incentivo às atitudes sustentáveis foi uma prática estimulada no Oncológico Infantil durante a gestão da Pró-Saúde. Os investimentos implementados foram alinhados às metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Desde 2016 o hospital buscou aplicar valores institucionais com ações que conscientizem para um meio ambiente correto, com processos economicamente viáveis e uma assistência que possa atender a todos.

Diversas ações integraram o compromisso socioambiental do hospital, como o plantio de árvores, a diminuição na geração de resíduo, o consumo eficiente de energia elétrica e a redução do uso de papel em suas atividades administrativas.

Desse modo, a responsabilidade socioambiental ocupou um lugar de destaque no Oncológico Infantil durante a gestão da Pró-Saúde.

Recentemente, no início deste mês, o Oncológico Infantil obteve um lugar de destaque no ranking do Green Pin, a unidade conquistou o nível 5, com 50 pontos, posicionando-se como a única instituição de saúde das Regiões Norte e Nordeste e a segunda do Brasil a alcançar a pontuação no Programa Nacional Green Kitchen (em português, Cozinha Verde).

Um dos projetos que gerou resultados positivos e contribuiu para a prática de compartilhamento de saberes foi o “Cantinho Verde”, nome dado à horta hospitalar orgânica instalada no entorno da unidade hospitalar, onde são cultivadas Plantas Comestíveis Não Convencionais (PANCs) e praticadas atividades de ensino-aprendizagem com participação de crianças e adolescentes que estudam na Classe Hospitalar Prof. Roberto França, em funcionamento no hospital.

Redação

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