Eletroestimulação ajuda pacientes em tratamento do sistema motor

Quando uma pessoa permanece internada por um longo período, seu corpo sofre uma série de comprometimentos — sobretudo no sistema motor, gerando fraqueza ou atrofia muscular. Esse quadro se tornou ainda mais comum durante a pandemia da Covid-19, quando milhões de pacientes graves ficaram imobilizados, especialmente em terapia intensiva. Sessões de fisioterapia ajudam a reduzir sequelas, evitar o agravamento dessas condições, além de melhorar a qualidade de vida após o período mais grave da doença.

Uma tecnologia tem se tornado uma grande aliada nesse contexto: a eletroestimulação. Cada vez mais pacientes que necessitam de longos períodos de tratamento de reabilitação utilizam equipamentos que geram estímulos elétricos para movimentar músculos ou grupos musculares.

Na avaliação do fisioterapeuta Gilberto Rosa Jr., a inovação permite que os tratamentos sejam feitos de forma mais assertiva. O profissional atua na clínica Neuroplace, de Porto Alegre, a primeira do Rio Grande do Sul a contar com o equipamento ReCARE, que utiliza eletroestimulação muscular de alta potência e diagnóstico. “O equipamento monitora os principais déficits em tempo real realizando um eletrodiagnóstico, adequando a dosagem dos pulsos elétricos de acordo com a resposta do músculo e a evolução do paciente”, explica. A tecnologia é a única do país reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Inovação para quadros neurológicos

A fraqueza muscular também afeta pessoas com alterações neurológicas, podendo estar associadas a outros sintomas como perda de movimentos, formigamento e dor. Pode ainda evoluir para a ausência de sensibilidade. Ao lidar com doenças crônicas, por exemplo, onde além da causa é necessário tratar sequelas mais severas, a fisioterapia se torna ainda mais importante.

O neurologista Brendon Popinhak esclarece que, nesses casos, a conexão entre os nervos periféricos e o cérebro é danificada. Com a estimulação elétrica, as terminações nervosas são estimuladas para que o próprio corpo refaça essas ligações e o paciente possa retomar movimentos ou a força dos músculos. “Isso ajuda a evitar sequelas motoras mais graves, que interferem diretamente na qualidade de vida, impedindo a pessoa de fazer diversas atividades cotidianas”, afirma o proprietário da Neuroplace.

Brendon acrescenta que a tecnologia armazena os dados do paciente como se fosse um prontuário digital, ajustando-se de acordo com o processo terapêutico. “A Covid-19 trouxe uma demanda crescente para a reabilitação de pessoas com fraqueza e atrofia muscular. O equipamento garante uma resposta personalizada e ajuda para que o paciente retome suas atividades diárias, ou evite a progressão de diversos quadros neurológicos”, avalia.

Redação

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