A cada dia que passa, vemos um aumento de equipamentos e maquinários tecnológicos sendo incorporados aos sistemas de saúde em todo o mundo, que visam tornar os processos médicos mais transparentes e eficientes para os profissionais de saúde e seus pacientes. Um desses equipamentos de alta tecnologia comumente encontrados em hospitais são as incubadoras infantis. As incubadoras infantis são dispositivos altamente essenciais colocados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) para fornecer tratamento a recém-nascidos prematuros ou doentes.
Por que as incubadoras são importantes?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa anual de nascimentos prematuros é de cerca de 15 milhões, e o número continua aumentando. Os recém-nascidos são extremamente vulneráveis durante os primeiros dias; o nascimento prematuro pode resultar em órgãos subdesenvolvidos, sinais vitais instáveis, infecções, problemas respiratórios e outras condições que precisam de tratamento.
Para maximizar as chances de sobrevivência, bebês prematuros ou que sofrem de qualquer doença são colocados dentro de incubadoras. As incubadoras são dispositivos que aparecem como caixas de vidro rígido ou berços contendo sistemas que podem manter e regular as condições ambientais (temperatura, taxa de fluxo de ar, umidade, concentração de oxigênio) dentro dela, criando um ambiente semelhante ao do útero materno.
Esses dispositivos também possuem portas de acesso manual que permitem que os profissionais de saúde forneçam medicamentos e IVs ao bebê quando necessário. As incubadoras desempenham um papel crítico em ajudar os profissionais a fornecer um ambiente ideal e controlado, necessário para o desenvolvimento e a sua cura.
A sofisticação deste dispositivo o torna altamente benéfico no mundo médico. No entanto, os pacientes colocados em incubadoras são os mais frágeis, o que significa que os parâmetros definidos para o seu tratamento devem ser altamente precisos, devendo ser garantida a segurança e o desempenho deste dispositivo.
Riscos de uma incubadora não testada
Suponha que uma incubadora não funcione como deveria ou tenha um mau funcionamento. Nesse caso, um paciente pode sofrer de hipo ou hipertermia, problemas respiratórios, ouvido, visão e até danos cerebrais. A gravidade dessas consequências torna necessário verificar a segurança e eficácia de cada incubadora de acordo com as normas estabelecidas pela Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), as normas nacionais locais estabelecidas por cada país, ou utilizando as recomendações do fabricante.
Práticas recomendadas para testes
A maioria dos padrões locais foram harmonizados com os padrões IEC, pois são globalmente reconhecidos por conter as melhores práticas e procedimentos de teste a serem usados ao realizar verificações funcionais em vários equipamentos biomédicos. Além disso, muitos fabricantes, se não a maioria, baseiam suas especificações e procedimentos de teste nos padrões IEC, tornando o manual de serviço do fabricante um excelente recurso para protocolos de teste e recomendações também.
Nos últimos anos, os padrões e requisitos gerais de segurança e desempenho são usados juntamente com a adição de aproximadamente 10 padrões colaterais e 60 particulares. A norma IEC 60601-2-19 recomenda segurança básica e requisitos essenciais de desempenho para testes em incubadoras infantis.
Os testes de desempenho e verificações funcionais repetidas em incubadoras com base nesses padrões são necessários em todas as instalações clínicas e hospitais. Eles podem ser feitos seguindo algumas práticas de rotina, como estabelecer um número fixo de inspeções a serem realizadas anualmente (o requisito mínimo é uma por ano). A chave para evitar com sucesso que as incubadoras infantis se tornem defeituosas é ser consistente com as inspeções.
A seleção e a adoção de um procedimento de teste padronizado formal com base no padrão do fabricante ou do IEC também torna os critérios de teste mais simples para os engenheiros clínicos seguirem ao conduzir, registrar e arquivar os dados de inspeção. A automação de teste, portanto, melhora a eficiência e a precisão de todo o processo.
Também é vital garantir que todos os testes básicos sejam realizados, que incluem processos de medição de temperatura, de umidade, do fluxo de ar, da concentração de oxigênio e do nível de som dentro da incubadora.
Por fim, é benéfico arquivar cada resultado de inspeção usando um sistema de banco de dados como o Sistema de Gerenciamento de Manutenção Computadorizado (CMMS), pois ajuda a fornecer informações estatisticamente relevantes de longo prazo para manutenção preditiva da incubadora. Esse processo permite que os engenheiros clínicos economizem tempo e dinheiro, pois possibilita prever quando o próximo reparo será necessário e pré encomendar as peças certas a tempo da verificação.
Adriano da Silva Santos é um jornalista e escritor, formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina