No Dia Nacional da Saúde, oncologia reforça a importância do rastreamento ativo

O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 5 de agosto, é uma data para reforçar a importância dos programas de rastreamento na oncologia, sobretudo dos tumores mais comuns. E o diagnóstico precoce tem o potencial de salvar vidas. “Aproximadamente 60% das ocorrências de câncer envolvem os tipos mais comuns, que são efetivamente rastreáveis”, esclarece o oncologista André Moraes, do COC – Centro de Oncologia Campinas (SP).

Os tumores de mama, pulmão, próstata, trato digestivo e colo de útero respondem por mais da metade dos casos de câncer. Todos eles dispõem de recursos viáveis e simples para que o diagnóstico seja feito antes mesmo do surgimento dos sintomas – o que caracteriza a detecção precoce. Como no combate ao câncer o tempo é determinante do sucesso, quanto mais cedo um tumor é descoberto, maiores são as possibilidades de cura e mais eficazes e menos invasivos são os tratamentos. Em determinadas neoplasias, a descoberta da doença em fase inicial implica chances de cura de 99%. A pandemia acarretou o descuido. Com medo de se contaminar, muita gente deixou de fazer os rastreamentos habituais, o que agora produz impactos negativos sensíveis no diagnóstico tardio e na menor taxa de cura”, compara o oncologista do COC

O rastreamento ativo, explica Moraes, é oferecido tanto na rede de saúde pública quanto na suplementar. “Existem vários programas de rastreamento disponíveis que garantem o diagnóstico precoce dessas doenças e isso representa taxas elevadíssimas de cura para a população. São procedimentos pouco invasivos e que garantiriam a redução da mortalidade por essas doenças em razão de diagnósticos mais precoces”.

Cada um desses tumores prevalentes na população mundial requer um tipo de rastreamento. No de colo do útero, por exemplo, a estratégia que é altamente eficaz, especifica Moraes, é o exame de Papanicolau, realizado a partir do início da vida sexual ativa. Como medida de prevenção e estímulo à saúde, há ainda a vacinação de crianças e adolescentes (entre 9 e 13 anos) contra o HPV, que está disponível na saúde pública.

No caso do câncer de mama, as chances de cura podem chegar a 95% quando há diagnóstico precoce. Para tanto, basta realizar regularmente mamografias e autoexame. “A mamografia deve ser feita a cada ano pelas mulheres entre 45 e 50 anos sem história familiar da doença, ou anualmente a partir dos 40 anos nos casos de história familiar. O exame é altamente acessível na rede pública e em instituições de combate ao câncer”, esclarece André Moraes.

O câncer de próstata, tipo mais frequente entre os homens, tem uma resposta de sucesso ao tratamento de 90% quando diagnosticado no início. Os exames de PSA e de toque devem ser realizados anualmente por homens a partir dos 50 anos, sem história familiar da doença, e dez anos antes, para os que têm história. Vale ressaltar, afirma Moraes, que em homens negros, o câncer de próstata se desenvolve mais frequentemente e com maior gravidade.

Tanto o câncer de pulmão quanto o de cólon e estômago têm procedimentos de rastreamento disponíveis na saúde pública e suplementar. Para o pulmão, lesões podem ser identificadas a partir de tomografias, e no trato digestivo, com endoscopias realizadas a partir dos 50 anos, ou dez anos antes para os indivíduos com história familiar ou fumantes e ex-fumantes.

Evitar o câncer e detectá-lo em fase inicial dependem, ainda, de uma vida saudável, observa o oncologista do COC. “Todos os tipos de doenças têm riscos minimizados quando hábitos saudáveis de vida são adotados. Boa alimentação, rica em fibra, exercícios físicos regulares e com supervisão e rastreamento ativo para as principais doenças são essenciais para todos”.

Redação

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