Segundo o Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um aumento de 25% em casos de depressão ao redor do mundo.
Apesar desses dados, muitas pessoas ainda consideram o transtorno como “frescura” ou “mimimi” e, por isso, acabam negligenciando sinais como tristeza constante, desinteresse pelas atividades, perda da autoestima e de peso, entre outros sintomas que precisam ser avaliados por profissionais especializados.
A psicóloga da Clínica Maia, Myriam Albers, conta que existe ainda uma resistência por parte das pessoas em procurar ajuda. “Uma das dificuldades dentro do tratamento é a busca pela psicoterapia. Quando falamos da doença, as pessoas ainda consideram que o que resolve é somente o remédio e, desse modo, colocam em segundo plano as necessidades a serem trabalhadas no acompanhamento psicológico”.
De acordo com a especialista, apesar de a medicação ter, sim, a função de equilibrar as alterações cerebrais que estão associadas à depressão e, por consequência, diminuir os sintomas, é preciso também falar de sentimentos, pensamentos, descobrir as causas e buscar soluções na terapia.
Para que o tratamento seja eficaz, a profissional destaca também a necessidade de mudanças nos hábitos. “Nosso organismo precisa de nutrientes e vitaminas específicas que auxiliem no tratamento do transtorno, através de alimentos que aumentem a produção de serotonina, por exemplo. Já os exercícios físicos, por sua vez, proporcionam ao paciente melhora da socialização, da autopercepção e da mudança de pensamento”, explica Myriam.
Por isso que, muitas vezes, é até fundamental um atendimento multidisciplinar, com orientação complementar de um nutricionista e de um educador físico para darem suporte a quem sofre com o problema nas transformações a serem feitas no estilo de vida.
“É muito importante também que pessoas que estejam com a saúde mental fragilizada tenham ao seu lado familiares e amigos verdadeiramente empáticos e companheiros. Essa rede de apoio é crucial para o sucesso do tratamento”, conclui a psicóloga.