Artigo – Competência, Liderança e os “Inimigos do Rei”

Uma primeira pergunta básica: Você tem inimigos?

Tem gente, inclusive líderes, que tem medo de dizer sim. Se você acredita que liderar é agradar a todos, lamento dizer, você ainda não entendeu o que é, de fato, ser Líder. Ter inimigos, sem os exageros emocionais da palavra em si, significa que você brigou (espero que em prol da “Competência”) por algo, alguma vez na vida, dentro da sua instituição. E isso é bom!

Toda vez que estou dando aula no MBA de Gestão de Saúde (semana passada estava em Uberlândia com uma equipe fantástica de gestores hospitalares), eu sempre digo que nossos inimigos (leia-se muitas vezes: concorrente) nos fazem ir além, superar limites que, em condições normais de temperatura e pressão, nós não superaríamos. 

Por isso, inimigos/concorrência é sempre algo salutar ou, visto sob outro ângulo, é algo que nos força (querendo ou não) a desenvolver ainda mais habilidades profissionais.  Não é a toa que eu menciono para os alunos nos cursos de Pós: “Força em Liderança tem outro nome: Competência!!!”

  • Mas, então como fazer, Prof. Fabrizio? Como fortalecer meus líderes e aumentar os resultados operacionais (sofridos) da minha Santa Casa?

– Bem, há um princípio universal que sempre guiou minha vida: “Não existe atalho”, até porque se atalho fosse bom, se chamaria “CAMINHO”. Portanto, o passo inicial é abandonar a condição de vítima e escolher a melhor estratégia. E umas das primeiras é: Definir o seu “Modelo de Gestão”.

É fundamental estabelecer critérios técnicos, comportamentais e gerenciais para que cada colaborador ou líder saiba exatamente quais são as “Entregas de Resultado” que a instituição espera do seu desempenho. O método é imprescindível para criar padrão, porque um hospital que não tem método/modelo, não tem quase nada,  a não ser:

1.Retrabalho

2.Desperdício e

3.Falta de Credibilidade.

Mas para implantar novos modelos (mentais) dentro da organização temos que ter coragem de enfrentar os “resistentes”, de não se deixar intimidar pelos que não querem que o hospital cresça ou avance na direção da excelência.

Como W. Churchil que dizia que ele se contentava simplesmente com o melhor. E que, em certa ocasião (na qual queria mudar o modelo/padrão) foi abordado em publico por uma deputada que (igualzinho a muito líder incompetente) tentou desmoraliza-lo. Veja o diálogo rápido, mas histórico a seguir, entre os dois:

Da deputada Nancy Astor para ele:

– “Se o senhor fosse meu marido, eu lhe daria veneno”.

Resposta de Churchill:

– “Se eu fosse seu marido, eu tomaria”.

Os hospitais precisam cada dia mais de modelos efetivos de gestão de pessoas. Profissionalizar isso é questão de sobrevivência. Por isso o melhor modelo – preconizado nas Certificações de Qualidade (ONA, JCI, etc…) para levar o seu Hospital ao próximo nível de evolução, é  o modelo de Gestão por Competências!!! Desenvolve um modelo tão complexo sem método e ferramentas é uma tragédia… RHs Caseiros (do tipo copia e cola do Google) que não tem experiência comprovada de como construir ou implantar um modelo de competências, via de regra, fazem estragos sérios em hospitais (inclusive, nos mais “ricos”). E não raro sou consultado por  estas instituições de como “Consertar” as bobagens que os “Inimigos do Rei” fizeram de forma amadora, por exemplo: com o processo de avaliação de desempenho, usando planilha de Excel ou Google Forms… “Parem o mundo que eu quero descer”: Hoje com a tecnologia a preços possíveis, muitas instituições de saúde que atendem SUS e O.S.S. já conseguem acessar softwares inteligentes para gerenciar habilidades, competências, feedback, PDI´s, Clima Organizacional entre outras ferramentas que melhoram substancialmente os resultados no médio e longo prazo de uma organização. (Temos que acabar com a Excel Landia dentro dos hospitais!)

Para finalizar uma DICA: sempre lembro que há anos a CMB (Confederação das Misericórdias do Brasil) e as FEDERAÇÕES DE HOSPITAIS apoiam um projeto chamado PHOENIX para implantar o Modelo de Competências a preço de custo nas instituições filantrópicas. Acesse o site a seguir com todas as informações: www.fatorrh.com.br/projetophoenix-1

E mais ainda, antes de desistir, lembre-se que os Inimigos do Rei sempre existirão na sua instituição e na sua equipe. Afinal, inimigos todos nós (em maior ou menor grau) sempre teremos… a questão mais importante é outra: Estamos lutando o “Bom Combate”?

Se não estamos, então, está na hora de mudar o foco, a visão de longo prazo, e definir novos combates (novos modelos de gestão), em especial se queremos realmente ganhar, no final, a “Guerra” contra a falta de profissionalismo.

Reflita sobre isso.

 

 

Prof. Fabrizio Rosso é Administrador Hospitalar, Mestre em RH e Especialista em Liderança pela FGV-SP, Sócio e Diretor Executivo da FATOR RH: www.fatorrh.com.br

Redação

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