Maior laboratório de Anatomia Microneurocirúrgica da América Latina está na Unifesp

A neurocirurgia é uma especialidade médica que trata as principais doenças do sistema nervoso central e periférico que necessitam de cirurgia, como as que acometem cérebro, coluna, medula e nervos cranianos e periféricos.

Um exemplo comum são os aneurismas cerebrais, que afetam as artérias do cérebro e precisam ser submetidos a procedimento microcirúrgico ou embolização. Mas, devido aos riscos comuns a esses tipos de procedimentos, muitos pacientes ainda temem encarar uma mesa cirúrgica.

Por isso, o conhecimento e a prática em neuroanatomia são indispensáveis para que os neurocirurgiões desempenhem as cirurgias com segurança e obtenham resultados que garantam um tratamento de excelência, a fim de manter a qualidade de vida dos pacientes.

Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), médicos do mundo todo encontraram um espaço inovador para aperfeiçoarem sua atuação: o Laboratório de Anatomia Microneurocirúrgica, um dos mais bem equipados do mundo e maior da América Latina.

Referência além das fronteiras brasileiras – Coordenado por Feres Chaddad, chefe da Disciplina de Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp), foi inaugurado em 2018 com o apoio e os esforços conjuntos de diversos atores da Universidade, como a ex-reitora Soraya Soubhi Smaili, o professor-adjunto de Neurocirurgia Ricardo Centeno e o chefe do Serviço de Neurocirurgia Pediátrica Sergio Cavalheiro.

O Laboratório de Anatomia Microneurocirúrgica recebe seis profissionais ao ano pelo programa de complementação especializada para médicos especialistas, denominado Fellowship.

Um desses visitantes é Kevin Owusu-Agyemang, neurocirurgião já qualificado no Reino Unido (Escócia). Ele, que já fez residência no seu país de origem, veio se aperfeiçoar na Unifesp e fica por aqui até fevereiro de 2023. “Há aspectos do que eu faço no Brasil que não ocorrem com muita frequência no Reino Unido, como tratamentos de aneurismas de circulação posterior complexos, o uso de cirurgias de revascularização e algumas das diferentes técnicas que o professor Feres Chaddad usa, particularmente no manejo de malformações arteriovenosas”.

Tecnologia de ponta – O que se destaca nesse projeto é a alta tecnologia disponível para estudo e aperfeiçoamento profissional. Chaddad explica que os fellows que se capacitam em Neurologia Vascular pela Unifesp contam com 21 bancadas equipadas com microscópios de última geração, voltados à experimentação e ao aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas já consagradas e seguras. Já para as aulas teóricas é disponibilizado um anfiteatro com estrutura para aulas em 3D.

“O conhecimento que adquirem é aplicado ao tratamento de diversas outras doenças neurológicas, além do aneurisma, como malformações arteriovenosas cerebrais, cavernomas, angiopatias, tumores e epilepsia”, complementa Chaddad.

“Quando pensamos na criação desse laboratório um dos nossos objetivos era a difusão do conhecimento. Podemos dizer que esse objetivo foi alcançado”, comemora com razão o professor da EPM. Anualmente, o espaço recebe, além dos fellows, estagiários de diversas partes do Brasil e do mundo, incluindo, é claro, estudantes de graduação, pós-graduação e residentes da Unifesp”, comemora Chaddad.

Recentemente, com o apoio do atual reitor da Unifesp, Nelson Sass, e da vice-reitora Raiane Assumpção, o programa de neurocirurgia vascular firmou parceria público-privada entre EPM/Unifesp e o Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, instituição com importante compromisso social e acadêmico. “Isso trará troca de conhecimentos e recursos, contribuindo com melhor formação dos profissionais e aperfeiçoamento da qualidade da assistência prestada a população”, pontua o docente.

Saiba mais sobre a Disciplina de Neurocirurgia da Unifesp aqui.

Redação

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