O Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP), juntamente à sua equipe de Hematologia realizou, de janeiro a outubro de 2022, dez transplantes de medula óssea, número três vezes maior do que a média da última década (três por ano). O crescente número, segundo a equipe, se deve à otimização dos processos de seleção e indicação desse tratamento, podendo beneficiar mais pacientes.
O transplante de medula óssea é indicado para diversas doenças neoplásicas e não neoplásicas, principalmente, hematológicas. Para algumas enfermidades, como mieloma múltiplo e alguns tipos de linfomas, por exemplo, é uma ferramenta fundamental no arsenal terapêutico.
A técnica de enfermagem Vera L. Moraes Figueira, de 43 anos, foi uma das pessoas beneficiadas pelo método, também conhecido como transplante de células-tronco. “Em 2019 fui diagnosticada com o Linfoma de Hodgkin. Fiz seis ciclos de tratamento com quimioterapia e a doença foi controlada. Em 2021, durante exames de acompanhamento, descobri a recidiva do câncer e o médico indicou o transplante autólogo, feito em abril deste ano”, conta.
Vinicius Martins Nascimento (foto), hematologista da equipe de Hematologia do Vera Cruz Hospital, explica que existem duas modalidades principais de transplante de medula óssea, o autólogo e o alogênico, sendo o perfil da doença e o paciente os definidores da indicação de cada modalidade. “No caso da Vera, foi o autólogo, quando as células-tronco hematopoiéticas são retiradas do próprio paciente e transplantadas após a realização de quimioterapia. O outro é o alogênico, quando a medula vem de outro doador, geralmente, um irmão ou irmã”, detalha.
Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes, em 2020, foram realizados 3.195 transplantes, dos quais 1.927 autólogos e 1.268 alogênicos.
Para a realização dos transplantes autólogos, o Vera Cruz Hospital conta com uma estrutura de 3.741 m² e 12 quartos, localizada no primeiro andar, além de toda a equipe de especialistas, para proporcionar conforto e acolhimento humanizado aos pacientes durante a estadia na unidade. Uma nova estrutura está sendo montada no terceiro andar para poder dar início aos transplantes alogênicos.
“Fiquei 28 dias internada para fazer o procedimento. Estou viva e bem. Agora, tenho mais uma oportunidade de ser grata e viver, sorrir e amar”, conclui Vera Moraes.