O 5G está desembarcando no Brasil. Um avanço tecnológico super esperado, adiado por conta da pandemia, e finalmente implementado já em algumas localidades ao longo desse último semestre. Mais do que velocidade, a palavra de ordem que essa nova tecnologia proporcionará é experiência. Nossos serviços poderão ser oferecidos por diferentes mercados e, automaticamente, isso mudará completamente a relação desses segmentos com seus consumidores.
E, nesse contexto, a expectativa é que o setor da saúde viva uma verdadeira revolução. A telemedicina, que teve um papel essencial na pandemia, deverá avançar ainda mais fortemente, com a oferta de uma série de exames digitais. Casos complexos poderão ser estudados e cuidados por equipes complementares, mesmo que estejam em localidades distintas. Operações feitas com a ajuda de robôs poderão ser realizadas de uma maneira ainda mais assertiva e rápida. Pacientes poderão ser monitorados em suas casas no pós-operatório e receber todos os cuidados diante de qualquer necessidade que tenham. Inúmeras são as possibilidades que se abrirão com o 5G.
Se por um lado teremos possibilidades infinitas, por outro temos de pensar que o número de equipamentos conectados e interligados, trafegando um volume enorme de dados críticos, aumentará na mesma proporção. Dessa maneira, quando pensamos no 5G para o setor da saúde, é essencial considerar a segurança desse ambiente e como as instituições garantirão que esses dispositivos estejam protegidos. Como garantir que esses canais estão seguros, que a comunicação das Internet das coisas (IoT) está protegida, que um dispositivo é de determinado usuário e não do outro? Todos esses pontos deverão ser avaliados nesse novo cenário, considerando que estamos falando de informações altamente críticas e sigilosas.
Para se ter uma ideia do tamanho desse desafio, de acordo com um estudo feito e divulgado pelo Fortiguard Labs, o Brasil se tornou o segundo maior alvo de ataques no primeiro semestre de 2022, tendo enfrentado 30 bilhões de tentativas de ciberataques, um crescimento de 94% quando comparamos com o mesmo período de 2021. Outro estudo, conduzido pelo Checkpoint Research, apontou que a média semanal de ataques no Brasil está acima da global: tivemos cerca de 1.540 tentativas de ataques toda semana, contra 1.200 no restante do globo. Se hoje o cenário já é complexo e desafiador para as organizações, imagine como isso se intensificará com a chegada do 5G.
Mais do que nunca será necessário olhar de uma maneira ampla e profunda para os seus ambientes, mapeando todas as vulnerabilidades e se antecipando aos cenários. E esse olhar deve considerar também a mitigação de fraudes e a identificação dos usuários em ambientes on-line. Os certificados digitais, dentro desse contexto, funcionarão como peças-chave, garantindo que a circulação de dados aconteça de maneira transparente e segura.
Como estamos falando de comunicação entre dispositivos, é o certificado SSL que garantirá a segurança de ponta a ponta, no tráfego de dados, por meio da criptografia. Trata-se de um protocolo amplamente, e obrigatoriamente, usado na proteção de sites e servidores e, obviamente, conhecido pelos desenvolvedores e usuários de maneira geral da internet.
E aí o investimento em um SSL de qualidade, reconhecido, com suporte e com possibilidade de gerenciamento, do momento da emissão à renovação do certificado (sim, ele tem validade) se faz indispensável a toda as instituições que querem ofertar melhores serviços.
Olhando com cuidado para essa questão e unindo o 5G e a segurança da informação, não tenho dúvidas de que o setor de saúde viverá nos próximos anos o seu melhor momento. Observaremos uma série de inovações nunca imaginadas e isso se refletirá em avanços significativos para toda a sociedade.
Marcio D’ávila é consultor técnico e especialista em segurança digital da CertiSign, a maior Autoridade Certificadora e IDTech do Brasil. Também é membro do Comitê de Segurança Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD)