O BCRI – Brazilian Clinical Research Institute promoverá, em 22 de março, o 1º Fórum Internacional “Real-World Evidence”. O evento reunirá especialistas nacionais e internacionais de diferentes áreas da medicina que debaterão sobre a criação e utilização de dados do mundo real na prática clínica sob diferentes perspectivas: academia, indústria farmacêutica, agências regulatórias e fontes pagadoras. Além disso, serão discutidos os caminhos atuais e inovadores para se transformar dados em informação – que seja rapidamente acessível e que permita mudanças de condutas. O evento, exclusivo para profissionais da saúde e convidados especiais, será realizado em São Paulo, com apoio da MDHealth e Galen Academy.
“Diferente dos ensaios mais tradicionais, as ‘evidências do mundo real’ se aproximam mais da realidade de cada paciente. Os dados coletados são diversos e compreendem uma população mais heterogênea, levando em consideração informações que não estão no escopo de ensaios randomizados mais tradicionais. É importante destacar que um não substitui o outro, eles se complementam – já que as informações obtidas por meio do RWE podem trazer mais assertividade para os ensaios clínicos”, explica Dr. Renato Delascio Lopes, fundador e diretor-executivo do BCRI, e professor titular da Divisão de Cardiologia da Duke University (EUA).
De acordo com a FDA, agência reguladora do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, a “Real-World Evidence (RWE)” é uma evidência obtida por meio de “Real World Data (RWD)”. Ou seja, para fazer obter essas evidências do mundo real, são levados em consideração informações provenientes de diversas fontes como prontuários eletrônicos, dados fornecidos por pacientes em aplicativos e dispositivos móveis, dados de registros de doenças ou outros produtos, registros de queixas e reclamações de seguradoras e planos de saúde, entre muitos outros.
“Um fator muito importante no qual a RWE se apoia é a tecnologia. Com a evolução tecnológica do setor da saúde e com pacientes cada vez mais digitalizados, vide o teleatendimento que foi impulsionado no País durante a pandemia, essas evidências coletadas mais próximas do mundo real dos pacientes podem contribuir para atendimentos mais eficientes, personalizados e humanizados. Contudo, ainda estamos avançando o assunto aqui no Brasil e, por isso, a importância de oferecer espaços para debates e troca de ideias, como o fórum”, destaca Dr. Lopes.