Pediatras apontam benefícios da tecnologia para o desenvolvimento de crianças e adolescentes

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do seu Grupo de Trabalho de Saúde na Era Digital, publicou um documento acerca dos benefícios que a tecnologia pode trazer na vida das crianças e adolescentes. Intitulado “Benefícios da tecnologia para todas as crianças e adolescentes: mais aptidão, mais saúde”, o texto traz uma atualização sobre as facilidades do mundo digital, especialmente para crianças e adolescentes com riscos para o desenvolvimento pleno ou que necessitam da tecnologia para acesso à inclusão e à saúde em todos os setores da sociedade.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de um bilhão de pessoas em todo mundo tenham algum tipo de deficiência ou incapacidade. Ainda segundo a OMS, pelo menos 10% das crianças no mundo nascem ou adquirem algum tipo de deficiência física, mental ou sensorial. Nesse sentido, os avanços científicos, tecnológicos e de comunicação permitem que esse público tenha acesso a diferentes modalidades de tecnologia assistiva para “melhor incluir-se e desenvolver-se na sociedade, permitindo apoio educacional, social, de esporte, lazer e vida diária”.

O documento traz ainda a classificação das tecnologias assistivas; alguns exemplos associados às tecnologias via internet; redes sociais de suporte específicos lidar com sintomas de transtornos psiquiátricos, inclusão escolar, alfabetização e matemática para pessoas com deficiência intelectual, atenção à saúde; grupos de apoio e iniciativas para pessoas com doenças raras; além de associações e federações que produzem encontros e congressos defendendo os direitos das pessoas com deficiência.

De acordo com os especialistas, tanto quanto a população em geral, crianças e adolescentes também são vulneráveis aos abusos do mundo digital e necessitam dos cuidados educativos preventivos e monitorização com segurança e privacidade na Internet, assegurados como direitos à saúde para seu desenvolvimento cerebral, mental e social, pleno e integrado.

TECNOLOGIA – No Brasil, foi sancionada em 2015 a Lei Brasileira de Inclusão, mas apenas em 2021 foi publicado o Plano Nacional de Tecnologia Assistiva (PNTA). Seu objetivo é estruturar e orientar as ações do Brasil para apoiar pesquisa, desenvolvimento tecnológico, inovação, disponibilização de produtos e dispositivos de tecnologia assistiva.

Para os pediatras, a tecnologia assistiva (TA) é feita de produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, métodos, práticas e serviços que promovem maior qualidade de vida, inclusão e autonomia das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Conheça a atual classificação da TA:

Auxílios para a vida diária Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc.
CAA:

Comunicação aumentativa e alternativa

Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos ARASAAC, SymbolStix, Widgit, PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim.
Recursos de acessibilidade ao computador Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares dedicados (síntese e reconhecimento de voz, etc.), que permitem as pessoas com deficiência acessarem com sucesso o computador.
Sistemas de controle de ambiente Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de abertura de portas, janelas, cortinas e afins, de segurança, entre outros, localizados nos ambientes doméstico e profissional.
Projetos arquitetônicos para acessibilidade Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, por rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção e o uso dessas áreas pela pessoa com deficiência.
Órteses e próteses Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.
Adequação postural Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo com suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros.
Auxílios de mobilidade Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.
Auxílios para cegos ou com visão subnormal Recursos que incluem lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, impressoras de pontos Braille e de relevo para publicações etc. Incluem-se os animais adestrados para acompanhamento das pessoas no seu dia-a-dia.
Auxílios para surdos ou com déficit auditivo Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado — teletipo (TTY), sistemas com alerta tátil-visual, campainhas luminosas entre outros.
Adaptações em veículos Acessórios e adaptações veiculares que possibilitam o acesso e a condução do veículo, como arranjo de pedais, acessórios para guidão, rampas e elevadores para cadeiras de rodas, em ônibus, camionetas e outros veículos automotores modificados para uso de transporte pessoal.
Redação

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