Fórum IQG debateu o impacto da transformação digital na sociedade

Participantes do painel “Como inovar com responsabilidade”. Foto: Rafael de Freitas

O Instituto Qualisa de Gestão (IQG) reuniu alguns dos maiores especialistas em transformação digital e saúde para uma discussão aprofundada sobre o impacto dos avanços tecnológicos na sociedade, especialmente na área da saúde. O debate ocorreu ao longo de todo o dia 24 de maio, durante o Fórum IQG, realizado na Hospitalar 2023 e que abordou o tema Tecnologias Físicas e Sociais – o Futuro da Economia da Saúde.

Mara Machado, CEO do IQG e mediadora do evento, acredita que o investimento em inovação e tecnologia são importantes, mas devem vir acompanhados do treinamento adequado dos profissionais e da ampliação do acesso, para que a população como um todo seja beneficiada.

“É necessário investir em educação digital e no desenvolvimento de habilidades para acabar com essa enorme lacuna que existe. Só assim será possível colher os benefícios da transformação digital”, disse. Para ela, poder público e empresas privadas devem trabalhar juntos para construir uma economia digital mais equitativa e inclusiva.

O Fórum IQG contou com dois painéis. O primeiro, pela manhã, teve abertura do empreendedor Pedro Waengertner, CEO da ACE, principal aceleradora de startups da América Latina, com o tema “Transformações decisivas: Moldando um amanhã possível”.

Para o executivo, o mundo vive hoje uma das maiores transformações e aposta que a Inteligência Artificial seja a próxima revolução, após a criação da internet e das redes sociais. Nesse movimento, segundo ele, será preciso rediscutir as profissões e experimentar coisas novas. “A experimentação é a base da inovação”, disse.

Dr. Dimas Covas, diretor da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, que também participou do primeiro painel do Fórum IQG, acredita que, com a Inteligência Artificial, algumas profissões vão desaparecer, inclusive aquelas da área médica que são dependentes de padrões, como a própria Hematologia, que é a área em que atua. “Já está mais do que claro que a Inteligência Artificial é mais sensível para identificar padrões”, ressaltou.

O primeiro painel contou, ainda, com as participações do advogado especialista em direito digital no escritório Machado Nunes Advogados, Lucas Bonafé, e da CEO da Digitalents, Sandra Turchi.

Inovação responsável

O segundo painel, na parte da tarde, contou com abertura do Head de Inovação da Docway, Eduardo Cordioli, que também iniciou a mesa de debates sobre “Como inovar com responsabilidade”.

Para o médico, inovar com responsabilidade é entregar valor, ou seja, deve dar a solução para algum problema. “Além de ter responsabilidade ao criar algo, a pessoa precisa conhecer bem todos os seus stakeholders, priorizar a ética e a transparência, e ter o compromisso com a inovação. Não pode parar de inovar nunca”, destacou.

Na visão de Jacson Fressatto, fundador e presidente do Instituto Laura Fressatto, a inovação precisar ser acessível. “Não é possível criar soluções apenas para quem tem celular. De nada adianta uma tecnologia eficiente, se ela não é acessível”, ressaltou. Para ele, é preciso entender as restrições locais de cada comunidade, para oferecer tecnologias aderentes à sua cultura.

A CEO do IQG, Mara Machado, finalizou o debate destacando que falta aprendizado. “Evoluímos demais na tecnologia física, mas o quanto estamos preparados para capacitar as pessoas a lidar com uma outra forma de trabalho?”, questiona.

Para ela, as tecnologias oferecem uma oportunidade única para os países acelerarem o crescimento econômico e conectar os cidadãos a serviços e empregos. Mas, para diminuir a lacuna que existe é necessário ampliar o acesso à internet, preparar as pessoas para os empregos do futuro, priorizando a educação e desenvolvendo as habilidades digitais de sua força de trabalho, criar redes de segurança eficientes para apoiar essas transições e, por fim, desenvolver sistemas digitais seguros e confiáveis.

Também participaram da segunda mesa de debates a advogada Teresa Gutierrez, sócia no escritório Machado Nunes Advogados, e o Co-Founder e diretor da Liga Ventures, Daniel Grossi.

Redação

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