Nova tecnologia que fez homem voltar a andar naturalmente pode ajudar no tratamento de outras doenças

Uma equipe de pesquisadores franceses e suíços conseguiu fazer um homem com lesão incompleta na medula cervical há mais de 10 anos voltar a andar normalmente através de uma técnica inovadora de implantes de eletrodos no cérebro e na medula espinhal do paciente.

O processo foi divulgado em um artigo na revista científica Nature que apresentou um método que pode revolucionar a forma como diversas doenças são tratadas.

Os pesquisadores utilizaram uma técnica denominada “ponte digital” que funciona realizando uma conexão entre o cérebro e os músculos, permitindo que o equipamento, através de eletrodos implantados no paciente, identifique a atividade neural e utilize um algoritmo para convertê-las em pulsos enviados para a coluna vertebral, permitindo que sejam realizados movimentos.

Além disso, notou-se um impacto na reabilitação do paciente após o uso dos eletrodos, demonstrando um avanço no controle sobre as pernas mesmo com o dispositivo desligado após o período de testes da tecnologia.

Como a nova tecnologia pode impactar o tratamento de outras condições?

De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili, a tecnologia é promissora e pode ser estendida para utilização no tratamento de diversas outras condições.

“Quando fazemos algum movimento, o comando sai do cérebro e passa pela medula para chegar aos membros, por isso, quando alguma doença danifica esse ‘caminho’, isso impede que o paciente tenha controle sobre os movimentos dessas partes do corpo. Já havia métodos que visavam transmitir pensamentos a membros mecânicos para restaurar o movimento, no entanto, essa nova técnica realiza uma ligação direta entre o cérebro e uma região da medula que está após a danificada, sem a necessidade de próteses robóticas”.

“Implantes cerebrais já são usados rotineiramente para o controle de doenças como tremores, doença de Parkinson, distonia, entre outras. Com o avanço de pesquisas como essa, abre-se a possibilidade de, em breve, realizarmos este tipo de implante de modo corriqueiro para quem perdeu funções tão importantes e, desse modo, permitir ganhos incalculáveis em qualidade de vida”, afirma Dr. Bruno Burjaili.

Redação

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