Uma bactéria de nome difícil ganhou as manchetes dos jornais no Brasil na última semana. Trata-se da Staphylococcus aureus MRSA, que pode causar infecções graves no organismo, inclusive com risco de morte. Foi o que aconteceu com uma jovem em Santa Catarina após ter espremido uma espinha, de acordo com o relato de sua mãe. A infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Camila Ahrens, explica que essa bactéria é encontrada na pele e em outras partes do corpo humano, é resistente a antibióticos e evolui rapidamente no organismo.
“A acne pode servir como porta de entrada para a bactéria. Com a pele machucada, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea, causando sepse e falência de múltiplos órgãos”, esclarece a médica. Camila também destaca que o uso incorreto e indiscriminado de antibióticos pode levar ao surgimento de bactérias super resistentes, como a Staphylococcus aureus MRSA, tornando a medicação ineficaz.
Quando a bactéria se torna perigosa
Pessoas de todas as idades podem apresentar complicações causadas por essa bactéria, mas, em especial, crianças menores de cinco anos, diabéticos, portadores de doença renal crônica, desnutridos e pacientes com AIDS têm mais fatores de risco. “A Staphylococcus aureus MRSA faz parte da nossa flora normal. Se fizermos um teste, é natural encontrá-la na pele e no nariz, por exemplo. Convivemos tranquilamente com a bactéria, mas se há uma porta de entrada, como a acne, pode se tornar perigoso e levar a quadros muito mais graves”, afirma a infectologista.
No caso específico de espinhas, profissionais da saúde indicam que a limpeza de pele seja feita apenas por pessoas especializadas, com a higiene correta. Outra orientação é evitar espremer cravos em casa e sempre lavar as mãos com água e sabão, evitando tocar na área lesionada.