Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento com nova terapia para insuficiência cardíaca atinge marca de maior do mundo

O projeto de pesquisa PhysioSync-HF recrutou, neste ano, o 100º paciente, tornando-se o maior estudo dessa modalidade no mundo. O projeto, liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), em parceria com o Ministério da Saúde, via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), tem como objetivo avaliar um método de ressincronização cardíaca mais acessível em comparação ao que existe atualmente.

“Atingir a 100ª randomização no PhysioSync-HF é uma vitória que celebra a competência técnica e comprometimento dos pesquisadores brasileiros em prol de um bem maior”, afirma Carisi Anne Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento.

“Estamos engajados em tornar a assistência médica de alta qualidade mais acessível a todos. Esse estudo é um passo significativo em direção a esse objetivo”, completa.

Diferentemente de outros trabalhos, além de avaliar a fração de ejeção do ventrículo esquerdo – parâmetro de análise importante em pacientes com insuficiência cardíaca – o PhysioSync-HF propõe um acompanhamento de desfechos clínicos, como mortalidade e reinternação, diz a líder do projeto, Fernanda Donner Alves. Até agora, estudos publicados internacionalmente incluíram até 70 voluntários.

Além do Moinhos de Vento, outros 16 hospitais, de todas as regiões do país, participam do projeto. Os critérios de inclusão são: ter mais de 18 anos, insuficiência cardíaca sintomática, fração de ejeção menor que 35%, bloqueio de ramo esquerdo e indicação de ressincronização, conforme acompanhamento médico. A pesquisa segue recrutando pacientes até setembro de 2023.

PhysioSync-HF

O ensaio clínico objetiva testar a segurança, eficácia e a viabilidade de uma técnica de estimulação do sistema natural de condução do coração para pacientes com insuficiência cardíaca, a qual parece ser mais acessível em termos de custo, sem comprometer a qualidade do tratamento.

“É um método que vem sendo validado, porém, sem dados no Brasil”, conclui a pesquisadora.

A insuficiência cardíaca é uma das principais causas de mortalidade e morbidade no mundo. No Brasil, a prevalência é de cerca de 2 milhões de pessoas, com aproximadamente 240 mil novos casos por ano, de acordo com estudo publicado no ano passado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. O tratamento para o problema, no entanto, ainda tem custo bastante elevado.

Redação

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