As pessoas viverão até os 140 anos dentro de algumas décadas, os hospitais serão transformados em meros quartos de vítimas. Tudo isso porque os pacientes estão ganhando autonomia para gerir a saúde. Ambulâncias conectadas a redes de dados 5G salvarão milhões de vidas acessando dados digitalizados e realizando procedimentos em trânsito, disseram especialistas no Fórum Econômico Mundial.
Esses desenvolvimentos interessantes estão no mercado em breve. E outra via, o diagnóstico de câncer estão sendo abreviados graças a pequenos e portáteis dispositivos de monitoramento de saúde. e está em curso a visão computacional para permitir que os deficientes visuais voltem ou passem a enxergar. Pacientes com dislexia estão lendo e os cirurgiões estão ensaiando operações complicadas em um ambiente de robotização holográfica.
“A tecnologia e os cuidados de saúde há muito existiram em seus próprios silos metafóricos, mas agora esses dois mundos estão colidindo”, disse Albert Bourla, diretor de operações da Pfizer Inc. Esta colisão significa que mais e melhores medicamentos são entregues mais rápido para pessoas doentes, enquanto sensores biológicos melhoraram drásticamente o diagnóstico, acrescentou. Além disso, o diagnóstico preditivo traz medidas preventivas ao invés de reativas. Essa transformação no setor está tendo um grande efeito disruptivo em toda a cadeia e suas relações, disse ele.
“Mesmo a área mundana – mas vital – da administração hospitalar está sendo transformada, com o registro interativo em tempo real dos resultados dos pacientes reduzindo drasticamente a burocracia e os custos”, observou Satya Nadella, CEO, Microsoft Corp, ao lembrar que médicos já podem acessar instantaneamente dados de seus pacientes.
Embora a nova tecnologia possa ser deslumbrante, “o foco dos cuidados de saúde deve estar no paciente”, enfatizou Michael F. Neidorff, presidente e diretor executivo da Centene Corporation. O cuidado se tornará cada vez mais personalizado à medida que as questões particulares, muitas vezes únicas, dos indivíduos são identificadas. Os médicos permanecerão essenciais em sistemas detalhados de diagnóstico e cuidados.
A inovação tecnológica é dispendiosa e a questão da acessibilidade e uma possível ampliação das desigualdades na provisão de cuidados de saúde foi aumentada. Neidorff disse que isso reforça a necessidade de “reconhecer os cuidados de saúde como um direito humano fundamental”. O debate tem que avançar na direção da política para garantir que todos possam se beneficiar. A solução para o problema da acessibilidade reside tanto no governo como no setor privado.
Outros oradores ressaltaram quanto dinheiro pode ser salvo pela nova abordagem baseada em tecnologia, liberando fundos para um sistema de saúde de base ampla. Um exemplo é a intervenção precoce em casos de diabetes, eliminando 700 mil visitas de emergência e 340 mil internações hospitalares por ano nos Estados Unidos. Isso significaria uma economia de US$ 47 bilhões.
A 48ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial ocorreu até sexta-feira (26), em Davos, na Suíça. Mais de 3.000 líderes de todo o mundo estão se reunindo em um esforço colaborativo para moldar as agendas globais, regionais e industriais, com o compromisso de melhorar o estado do mundo.