O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é a segunda maior causa de morte no mundo. Somente no Brasil, são mais de 100 mil mortes por ano e a ocorrência tem aumentado também entre os adultos jovens. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2015 o AVC foi fatal para mais de 100 mil pessoas, o que significa que diariamente cerca de 300 pessoas morreram vítimas da doença.
O Dr. William Adolfo Celso dos Santos, neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, de São Paulo (SP), esclarece que alguns fatores de risco estão relacionados ao AVC, como é o caso do tabagismo e da obesidade, que leva à hipertensão, ao diabetes, à alteração do colesterol e à apneia do sono. Também são fatores de risco o sedentarismo e o uso de drogas, principalmente as anfetaminas e a cocaína. A doença também está relacionada a eventuais doenças da coagulação. “Por este motivo, a melhor maneira de prevenir-se contra o derrame é ter hábitos saudáveis”, completa.
O AVC é uma lesão decorrente de uma ruptura nas artérias que irrigam o sistema nervoso central, que pode causar uma hemorragia, caso do AVC hemorrágico, ou uma obstrução na circulação sanguínea, o AVC isquêmico. O primeiro caso é irreversível e infelizmente não há alternativa para uma reversão do quadro, a não ser o cuidado pós. Porém, para o isquêmico, que representa 80% dos casos, há possibilidades de tratamento e intervenção, que na maioria dos casos é muito efetiva e com grande chance do paciente não ter sequelas. “Há duas opções: a primeira é o tratamento trombolítico, que consiste na infusão de uma medicação para desentupir o vaso, e o segundo é um pouco mais complexo e consiste em uma intervenção cirúrgica, mas minimamente invasiva”, orienta o especialista.
O atendimento rápido e de qualidade são essenciais para o paciente que está sofrendo um derrame, e poucos hospitais possuem uma estrutura completa e equipe treinada para tratar com excelência. “Na unidade Anália Franco, implementamos um protocolo de atendimento vascular cerebral isquêmico seguindo os critérios internacionais para que os procedimentos sejam feitos da forma adequada e dentro do prazo necessário. Durante o procedimento é importante controlar a pressão arterial e iniciar a infusão, por exemplo, em menos de uma hora”, explica Dr. William.
Os sintomas mais frequentes são: dificuldade na articulação da fala, na expressão e na compreensão da linguagem falada e escrita, fraqueza motora de um lado do corpo, falta de coordenação e desequilíbrio; perda do campo visual e visão dupla, dor de cabeça repentina muito mais forte que o usual e alteração súbita de consciência.
Dr. William recomenda que, caso uma pessoa esteja próxima de alguém com estes sintomas, é essencial que o leve imediatamente ao pronto-socorro. Quanto mais rápido o atendimento, menor a possibilidade de haver sequelas. Se a vítima for jovem, a recuperação costuma ser melhor devido ao vigor físico e ao menor risco de complicações. “Até seis horas após o início dos sintomas, ainda é possível desobstruir a artéria, no caso de AVC isquêmico”. Caso o paciente tenha sofrido um AVC hemorrágico, o tratamento é de suporte e, em alguns casos, a cirurgia. Em ambos os casos, o paciente fica internado por um período, que varia de acordo com a gravidade da doença.