A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo ‘entrou em campo’ com a Associação Atlética Ponte Preta e com a Secretaria Municipal de Campinas numa campanha inédita de prevenção e conscientização sobre a febre amarela, no estádio Moisés Lucarelli, sede do clube, na quarta-feira (11).
O município dispõe de 5 mil doses da vacina contra a febre amarela que foram utilizadas na ação de imunização que ocorreu no estádio, das 19h45 às 21h45. A aplicação das doses foi realizada pelas equipes da Prefeitura, para pessoas ainda não vacinadas e que estivessem aptas. Caso a cidade precise de mais vacinas, a Secretaria de Estado da Saúde poderá disponibilizar doses extras.
A vacinação foi realizada antes da partida da Copa do Brasil contra o Clube Náutico Capibaribe, de Pernambuco, quando o time da Ponte Preta vestiu um uniforme sem o escudo, pela primeira vez na história do clube, levando a marca da campanha #aculpanãoédosmacacos. A hashtag também será utilizada numa mobilização virtual, por meio de mídias digitais.
A finalidade é conscientizar torcedores e a população em geral sobre a importância de proteger os primatas não humanos, como macacos e bugios, para as ações de prevenção contra a febre amarela, uma vez que essses animais não transmitem a doença mas têm sido vítimas de agressão. Os macacos atuam como ‘sentinelas’, auxiliando na identificação da circulação do vírus silvestre, fundamental para nortear as ações preventivas que o Estado de São Paulo tem desenvolvido.
Desde o início de 2016, a Secretaria intensificou as ações de enfrentamento da febre amarela no Estado, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação. As áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas, abrangendo atualmente 575 dos 645 municípios paulistas, incluindo cidades da região de Campinas.
Em 2018, até o momento, mais de 7,3 milhões de pessoas em todo o Estado foram vacinadas contra a febre amarela. O número é praticamente equivalente às 7,4 milhões de doses aplicadas ao longo de todo o ano de 2017, bem como ao balanço de vacinação entre 2006 e 2016, quando 7 milhões de pessoas foram imunizadas na década.
A vacina é indicada para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.
Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.
Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.
A região de Campinas está entre as mais afetadas pela circulação da febre amarela silvestre no território paulista, concentrando cerca de 1/3 dos casos e óbitos pelo vírus, em humanos, com proporção semelhante entre macacos. Desde julho de 2017, foram confirmadas 689 mortes de primatas não-humanos (PNH) pelo vírus, das quais 248 especificamente em cidades da região de Campinas.
Com relação aos casos em humanos, desde janeiro de 2017, foram houve 433 casos autóctones confirmados em SP; desses, 137 tiveram como local provável de infecção cidades da região, assim como 54 das 163 mortes confirmadas por decorrência do vírus. A segunda cidade paulista com maior proporção de casos e óbitos é Atibaia, com 54 casos e 18 óbitos, que equivalem respectivamente a 12,4% e 11% do total do Estado.
“O Governo do Estado tem concentrado esforços para proteger a população contra a febre amarela, tomando uma série de medidas antecipadas e assertivas, graças a um trabalho incansável. Somente em 2018, já vacinamos mais de 7,3 milhões de paulistas e queremos ampliar a cobertura vacinal. Iniciativas como essa campanha que realizamos com a Ponte Preta, nos auxiliam a alcançar mais pessoas não apenas do ponto de vista da imunização, mas também da conscientização sobre a importância de preservar a população de primatas não humanos, fundamental para nossas ações de vigilância epidemiológica e prevenção”, afirma o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip.
Não há casos de febre amarela urbana no país desde 1942.