A fragmentação no cuidado hospitalar é um tema comum em instituições de todo o mundo

A saúde está mudando. E não é somente em âmbito nacional. O fenômeno da tecnologia em benefício da saúde é mundial. Embora cada mercado tenha desafios únicos, há muitas semelhanças em termos de tendências de assistência médica. A meta final de cada sistema de saúde é a mesma: fornecer atendimento de melhor qualidade para pacientes, com melhores resultados.

Apesar da natureza diversa dos sistemas de saúde, que estão em vários estágios de evolução, alguns desafios centrais permanecem. Seja motivado pela falta de um plano longitudinal de cuidado ou pela falta de conhecimento entre as equipes interprofissionais, a fragmentação é um tema comum. Os sistemas de saúde precisam acompanhar os pacientes em todo o ciclo de atendimento, desde o primeiro contato até o gerenciamento e apoio fora do hospital ou do centro médico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está atenta à questão dos “eventos adversos” e aponta o número de 42,7 milhões de mortes, anualmente, em todo o mundo em decorrência desses. Segundo a OMS, não há sistema de saúde infalível. Porém, a realidade do Brasil é ainda mais peculiar. Aqui ainda há pouca transparência sobre o tema, o que torna ainda mais difícil evitá-lo.

Neste cenário, como uma das peças centrais, estão os enfermeiros! Saber o que engaja,  e motiva a equipe de enfermagem a estudar e se capacitar é fundamental para identificar e evitar tais eventos. Um recente estudo da HealthLeaders reuniu 129 executivos sêniores e líderes clínicos e perguntou como a educação e o desenvolvimento de líderes na enfermagem está ajudando a construir profissionais engajados.

De acordo com os entrevistados, as três prioridades no programa de treinamento na área de enfermagem incluem: promover a cultura de segurança e qualidade (72%), beneficiar a taxa de permanência (43%), promover o atendimento consistente e padronizado (43%), maximizar o envolvimento do enfermeiro (41%).

De acordo com Tim Morris, Diretor de Produtos e Parcerias EMEALAAP da Elsevier, uma das maneiras de fortalecer este cenário é a utilização de soluções de capacitação e de apoio à decisão clínica, como Order Sets, Care Planning e Clinical Skills da Elsevier. “Está comprovado que estas ferramentas podem reduzir positivamente a variabilidade de cuidados. Hospitais que utilizam esta tecnologia são 60% mais propensos a prescrever os remédios corretos ou outras terapias; 70% mais propensos a pedir os testes de diagnóstico necessários; 60% mais propensos a monitorar efeitos de drogas de acordo com evidências e 40% mais propensos a tomar medidas preventivas apropriadas*”.

“Ao reduzir a variabilidade, o apoio à decisão clínica acelerará o fornecimento de assistência ao paciente de maneira segura e eficaz”, explica Tim Morris. O executivo está no Brasil para participar do evento II Seminário Internacional de Enfermagem Para Segurança do Paciente, realizado pelo Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente. “É a tecnologia colaborando com a economia de tempo e recursos das equipes multidisciplinares – e também com a redução de riscos e aumento da qualidade e segurança-, para que possam melhorar o atendimento de seus pacientes”, afirma.

O evento tem como objetivo debater o uso da tecnologia entre acadêmicos e profissionais que estão, de um lado, na linha de frente do cuidado com o paciente e, do outro, no desenvolvimento de ponta de inovações. Os convidados, como Tim Morris, apresentam um panorama das pesquisas atuais e da tecnologia que já está a serviço da segurança na saúde.

Além de Tim Morris, a Elsevier também apresenta uma palestra com o Gerente Sênior de Produto Vitor Liberatori. O executivo fala sobre “O uso da Tecnologia da Informação para a otimização de processos”. Vitor apresenta a Jornada do Paciente, com destaque para a recém-lançada solução Clinical Skills. “Vamos bater um papo com os participantes sobre a importância dos processos para a diminuição da variabilidade no atendimento e demonstrar como o Clinical Skills colabora para que os enfermeiros possam sanar dúvidas no Ponto de Assistência, A solução da Elsevier também é uma ferramenta de educação contínua, tanto nas instituições de ensino quanto nos hospitais”, explica.

*dados do estudo “8 revisões sistemáticas – Ciência de Implementação, AHRQ”, Anais de Medicina Interna

Artigo: Global ou local – todos nós sofremos com os mesmos problemas de transformação digital na área da saúde

Estamos nos aproximando do final do ano e, depois de encontrar uma série de hospitais e especialistas em saúde de todo o mundo, achei que seria um bom momento para refletir sobre o que aprendi nessa jornada. Embora cada mercado tenha seus desafios únicos, há muitas semelhanças em termos de tendências de assistência médica. A meta final de cada sistema de saúde é a mesma: fornecer atendimento de melhor qualidade para pacientes, com melhores resultados. A determinação e o comprometimento com a entrega da excelência digital têm sido animadores, seja em conversas, conferências ou julgando prêmios da indústria.

Apesar da natureza diversa dos sistemas de saúde, que estão em vários estágios de evolução, alguns desafios centrais permanecem. Seja motivada pela falta de um plano longitudinal de cuidado ou pela falta de conhecimento entre as equipes interprofissionais, a fragmentação é um tema comum em todo o mundo. Os sistemas de saúde precisam acompanhar os pacientes em todo o ciclo de atendimento, desde o primeiro contato até o gerenciamento e apoio fora do hospital ou do centro médico.

Em recente visita à Tailândia, ouvi comentários sobre o sistema de saúde em Cingapura, onde o governo está desempenhando um papel ativo na redução da fragmentação do atendimento em todo o sistema. A implementação de um sistema nacional de registros eletrônicos de saúde (NEHR, na sigla em inglês) torna mais fácil o atendimento entre provedores para o compartilhamento das informações. No entanto, a abordagem “tudo em um só” não é o único caminho.

As pessoas que trabalham no NHS no Reino Unido se lembrarão da tentativa fracassada de criar um único sistema EHR. O que todos os sistemas exigem é a facilidade de uso que a interoperabilidade oferece. Maiores parcerias, colaborações e uma integração mais perfeita de TI em sistemas operacionais, modelos de negócios e modelos de atendimento existentes nos ajudarão a perceber o valor resultante da introdução de novas tecnologias. Esta é uma fase empolgante de transformação digital, à medida que observamos como integramos soluções e as tornamos tão benéficas quanto possível para os profissionais de saúde.

Da mesma forma, quando eu estava julgando o prêmio HIMSS Elsevier Digital Healthcare na conferência HIMSS Europe, no início deste ano, fiquei animado ao ver mais provedores europeus adotarem soluções integradas e garantirem que cada ponto da jornada do paciente esteja sendo atendido. Por exemplo, um dos indicados para o Prêmio Destaque de Inovação Digital – Hospital Marina Salud Denia da Espanha – usou order sets para padronizar o tratamento da sepse.

Nesta área, a Elsevier também está constantemente avançando em cenários do mundo real. A (plataforma) Arezzo utiliza diretrizes médicas, protocolos e conjuntos de pedidos de terceiros, combina-os com dados relevantes do paciente e apresenta recomendações médicas ativas personalizadas a um médico. Está economizando o tempo do departamento hospitalar que eles podem usar para melhorar o atendimento de seus pacientes.

Com isso tudo, percebo que a transformação digital está caminhando a passos largos para colaborar com a qualidade do atendimento e á padronização do cuidado, que diminui custos e agiliza procedimentos. É um caminho interessante e desafiador, no qual os profissionais do setor estão procurando dar passos assertivos.

 

 

Tim Morris é Diretor de Produtos e Parcerias EMEALAAP da Elsevier

Redação

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