As medidas adotadas este ano para tornar mais ágil o fluxo de atendimento da emergência do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), já são sentidas pelos pacientes que procuram o serviço. O tempo médio total de permanência no local, da triagem à alta, reduziu em 1/3 em outubro, para 2 horas e 40 minutos.
O superintendente executivo do hospital, Fábio Fraga, afirma que a melhora da performance é resultado de uma série de iniciativas colocadas em prática a partir de maio. “A nova realidade do tempo de atendimento faz parte de uma nova orientação na instituição. Sabemos que tempo é tudo para o paciente, gera mais satisfação e impacta na sobrevida”, diz.
Para alcançar essa redução, que faz parte do planejamento estratégico do Mãe de Deus, todos os processos operacionais foram revisados. Como parte do movimento, foi realizada uma readequação das equipes médicas e de enfermagem e foi criada a figura do “técnico de fluxo”, profissional que circula dentro da Emergência para acompanhar as diferentes etapas de atendimento. Toda essa logística é monitorada em uma sala de controle que acompanha, em tempo real, toda a passagem do paciente pela Emergência, desde a retirada da senha, quando foi atendido pelo médico, solicitação e tempo de entrega do exame, até a saída ou encaminhamento para internação.
Da solicitação até o laudo do exame de sangue chegar às mãos do médico, deve levar, no máximo, 70 minutos. A tomografia é feita em menos de duas horas, exemplifica o superintendente. O monitoramento permite reorganizar as diferentes etapas do processo de assistência para agilizar o atendimento. Com essas medidas, em outubro, 84% dos pacientes fizeram a consulta médica em menos de 15 minutos desde o momento da abertura da sua ficha. O tempo em leitos de observação também foi encurtado em um terço: antes eram de 10 a 11 h aguardando e, agora, o paciente fica apenas entre 3 a 4 horas.
Além da série de investimentos em serviços e a revisão profunda de processos, a Emergência também teve seu espaço remodelado com a separação física dos atendimentos de alta e baixa complexidades, que representa 70% do volume de atendimento. Os ambientes ganharam cores suaves, painéis fotográficos, aparelhos de televisão e máquinas de café, contribuindo para melhor acomodar tanto o paciente quanto familiares e acompanhantes que aguardam informações.
A agilidade alcançada na Emergência servirá de modelo para outras áreas do Hospital. De acordo com o superintendente executivo, a próxima etapa deste movimento, “que vai subir todos os andares”, é reduzir o tempo de atendimento dos casos de baixa complexidade. “Estamos monitorando em quanto tempo ele é medicado, quanto espera por um leito”, adianta Fraga.