Medicina preventiva para enxaqueca é tema do Grand Round

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que no Brasil, atualmente, 15% da população têm enxaqueca, sendo que atinge três vezes mais mulheres do que homens. As formas de prevenção da doença foram tema do Grand Round da última terça-feira (30), no Anfiteatro Schwester Hilda Sturmm, em Porto Alegre (RS). Reunindo especialistas, o evento teve a condução da chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, Sheila Martins.

O neurologista Fernando Kowacs, do Núcleo de Cefaleia do Serviço de Neurologia do Hospital Moinhos de Vento, apresentou as variações de dores de cabeça primárias e secundárias. Segundo ele, o uso excessivo de analgésicos é um dos principais agravantes para a doença tornar-se crônica. “A enxaqueca é uma das maiores causas de incapacidade e improdutividade. Apesar de não matar, é preciso combatê-la como doença cerebral, pois seus riscos levam a déficits de atenção, depressão, estresse, distúrbio do sono, enjoo e sensibilidade à luz”, explica Kowacs.

Na sequência, o neurologista Abouch Valenty Krymchantowski, da Clínica da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro, destacou a necessidade de mudar os conceitos de enxaqueca. Ele esclareceu que a doença está presente mesmo quando o paciente não está com cefaleia. “Os trabalhos com medicina de precisão são recentes e temos que avançar. Até o ano passado usávamos medicamentos apenas para controle”, ressaltou o neurologista.

As recentes soluções medicinais em comparação às utilizadas nos últimos 20 anos trazem resultados semelhantes. Metade dos pacientes que recebem a medicação atingem entre 40% e 50% de melhora. O que difere são os efeitos colaterais, e o período de uso necessário após a primeira dose. “Muitos tratamentos não vão adiante em virtude do receio pelos efeitos colaterais, índice que caiu com as novas aplicações, como o erenumabe, primeiro remédio feito exclusivamente para combater a enxaqueca”, afirma Krymchantowski.

O erenumabe age bloqueando a ação de uma molécula chamada CGRP, que está envolvida no processo inflamatório associado aos sintomas da enxaqueca. O perfil de segurança da medicação assemelha-se ao placebo, pois quem não a tomou obteve a mesma quantidade de efeitos colaterais dos que realizaram o procedimento.

Redação

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