Câncer de mama agressivo ganha tratamento que não causa queda de cabelo

O câncer é uma doença que assusta e preocupa por ter tratamentos intensos e com efeitos colaterais fortes, como a queda de cabelo. Mas, um novo tratamento quimioterápico chamado de T-DM1 para o câncer de mama agressivo apresenta menos efeitos adversos e tem comprovação de eficácia com redução de 50% do risco de recorrência e morte em pacientes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou o novo medicamento que deve ser utilizado em pacientes com câncer HER2-positivo, em estágio inicial, que apresentam doença residual invasiva depois de terapia prévia à cirurgia. “O T-DM1 reduziu em 50% o risco de recorrência do câncer ou morte nessas pacientes, de acordo com os dados do estudo KATHERINE publicadas em dezembro no New England Journal of Medicine. A novidade é um avanço para a comunidade científica e também uma nova esperança para as pacientes”, explica a oncologista do Hospital do Câncer Anchieta (Hcan), Dra. Regina Hercules Vidal.

O que é o T-DM1

É uma associação de um anticorpo monoclonal, ou seja, uma droga nova na qual o trastuzumabe é ligado ao emtansine que causa a morte das células cancerígenas. “Esta medicação já era usada no tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, porém na fase metastática da doença.  Agora foi liberada pela Anvisa para o tratamento do câncer de mama avançado, que para ser operado foi indicada realizar quimioterapia antes da cirurgia”, acrescenta a oncologista do Hcan.

Como funciona o T-DM1

Ao contrário da quimioterapia convencional administrada de forma sistêmica e que pode agir em todas as células do organismo, a quimioterapia do T-DM1 é liberada seletivamente no interior das células cancerígenas. Esse processo diminui os efeitos colaterais sistêmicos que são incomodo para as mulheres, como queda de cabelos, astenia, náuseas e vômitos.

“Além de ter menos efeitos, o T-DM1 proporciona melhora da qualidade de vida dessas mulheres. No estudo Katherine, em três anos, 88,3% das pacientes tratadas não tiveram retorno do câncer de mama ou morte comparados a 77% tratadas com a terapia padrão anterior”, afirma Dra. Regina Hercules Vidal.

Entenda mais sobre o tipo HER2-positivo

HER2 é a abreviação de “Human Epidermal growth factor Receptor-type 2“, ou seja, receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 60 mil novos casos de tumores de mama são diagnosticados por ano no Brasil. O tipo HER2-positivo é uma forma particularmente agressiva da doença, quando não tratada adequadamente. Ele afeta em torno de 15% a 20% das mulheres.

Redação

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