Hospital Moinhos de Vento debate anormalidades em genitálias pediátricas

Foto: Leonardo Lenskij

O que os pais e pediatras precisam saber sobre as anormalidades na genitália? Com essa pergunta, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), reuniu médicos e pacientes nesta terça-feira (27) para esclarecer dúvidas sobre um tema ainda pouco explorado, mas que gera angústia e receio em muitas famílias. Dados recentes dão conta de que cerca de 1% dos bebês podem nascer com a disfunção.

Os painéis médicos reuniram o Chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento, João Ronaldo Mafalda Krauzer, a endocrinologista Cristiane Kopacek, o cirurgião pediátrico Nicolino Cesar Rosito e o urologista pediátrico Tiago Elias Rosito. Todos eles integram o corpo clínico da instituição.

“Esse debate nos possibilita descortinar uma discussão explorada com timidez, mas muito presente na realidade médica e familiar”, disse Dr. Krauzer, enfatizando a importância da partilha do saber da medicina.

Para Tiago Rosito, neste campo tão sensível e que requer zelo dobrado, urge a necessidade de suspeitar. “Na dúvida, sempre que foge do padrão, devemos perceber que há algo diferente”, disse. O médico compartilhou a rotina do consultório, as principais preocupações familiares, e separou o que realmente precisa de intervenção médica daquilo que é apenas medo.

Temas como graus de fimose, pênis torno congênito, varicocele, testículo não palpável e torção do testículo foram abordados por Rosito, que apresentou quadros clínicos e operatórios. “O testículo não palpável, por exemplo, na maioria da vezes carece de cirurgia antes de um ano de idade”, alertou.

Diferenciação genital

A médica Cristiane Kopacek falou sobre as diferenciações do material genético, da formação da gônoda, e a produção e ação de hormônios. Compartilhou as experiências do hospital e as realidades enfrentadas que necessitam de intervenção. A profissional enfatizou a importância da rede multiprofissional e fez um alerta. “Jamais se pode dizer que o filho tem dois sexos ou sexo nenhum. Deve afirmar que ele tem um sexo, mas não é possível afirmar neste momento com precisão. É preciso de exames mais criteriosos e específicos”, disse. Hoje a legislação já possibilita que, no registro, a criança seja oficializada com sexo não identificado – ambiguidade genital.

Nicolino apresentou quadros raros e comuns, a maioria com necessidade de cirurgias em crianças e adolescentes. O profissional expôs situações duvidosas de diagnóstico e casos de reversão, após reconstruções plásticas.

Redação

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