Sociedade de Geriatria e Gerontologia destaca importância de profissionais especializados em envelhecimento

Dia 1º de outubro é lembrado como Dia Internacional do Idoso. No Brasil, existem cerca de 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e a expectativa é de que a população ultrapasse os 73 milhões idosos até 2060, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) chama atenção para o trabalho dos profissionais especializados em envelhecimento, necessários no cuidado e na atenção aos idosos.

“O geriatra é o especialista no envelhecimento humano e está capacitado para atender desde o idoso mais independente e com plena capacidade física e cognitiva até pacientes acamados ou que precisem de cuidados paliativos”, explica o Dr. Carlos Uehara, presidente da SBGG, entidade responsável por certificar e titular os especialistas em geriatria e gerontologia.

No entanto, o número de médicos especialistas ainda fica aquém do necessário para atender aos idosos. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), há 1.817 geriatras registrados, a maior parte (60%) na região sudeste. Sendo que há um geriatra para cada 16.511 idosos, índice muito abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de um especialista para cada mil idosos. A tendência é que esta lacuna cresça nos próximos anos.

Atuação multidisciplinar

Para melhor atender a população, os geriatras atuam com uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais especialistas em gerontologia (enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, educadores físicos, advogados, engenheiros, arquitetos, entre outros), que contribuem decisivamente na definição do melhor tratamento.

“As mudanças demográficas que aconteceram nas últimas décadas, especialmente a rapidez do envelhecimento populacional, impõem à sociedade medidas estratégicas para entender esse fenômeno. E são os especialistas que podem ajudar a compreender os cuidados necessários aos idosos, o envelhecimento ativo e saudável e outras questões relacionadas à velhice”, diz a socióloga especialista em gerontologia e presidente da Gerontologia da SBGG.

“A SBGG traz essa prática interdisciplinar. A gerontologia trabalha de forma integrada com as diversas áreas, abordando as questões psicológicas, biológicas, sociais, de saúde e das políticas públicas do envelhecimento”, explica Naira Dutra Lemos, assistente social especialista em gerontologia e presidente da Comissão de Título de Especialista em Gerontologia da SBGG.

Serviço público de saúde

Hoje no Brasil 75% dos idosos usam apenas os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, primeira pesquisa a traçar um perfil das pessoas com 65 anos e do acesso à rede de saúde no país. Isso demanda pensar nos desafios de modo a aprimorar as políticas direcionadas a essa população.

“Em toda a atenção saúde pública e também privada é importante que o profissional tenha uma formação em geriatria e gerontologia para que possa atuar. O Estatuto do Idoso traz essa exigência e a SBGG reforça essa necessidade, incentivando a titulação e referendando os cursos na área”, explica Naira.

“Pelo fato de congregarmos profissionais que atuam com idosos, também participamos ativamente na construção de políticas públicas para esta parcela da população, tanto na área da saúde, quanto na área de cultura, lazer e assistência social, entre outros”, complementa o presidente da geriatria da SBGG.

Redação

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