Hospital Santa Cruz reforça Linha de Cuidado ao Paciente Cirúrgico e Obstétrico

O medo provocado pela pandemia do novo Coronavírus tem gerado um efeito preocupante em todo o país: a população está deixando de procurar o pronto-socorro mesmo em casos graves. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), por exemplo, o volume de atendimento à quadros de infarto caiu 70% em comparação ao ano passado. “A maioria das ocorrências cardiológicas ou de Acidente Vascular Cerebral (AVC) precisam de ação imediata para minimizar complicações e até mesmo evitar a morte. Da mesma forma, o suporte médico a gestantes e pacientes oncológicos é indispensável”, ressalta o gerente médico do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), Dr. Rafael Moraes.

Para reforçar a segurança assistencial e garantir o suporte adequado mesmo durante a pandemia, a instituição revisou todos os protocolos de sua Linha de Cuidado ao Paciente Cirúrgico e Obstétrico. “Estamos nos adaptando a essa nova realidade e evoluindo diariamente nossos fluxos operacionais. Queremos que a população tenha certeza que o hospital continua sendo um ambiente seguro e adequado para cirurgias e procedimentos, em especial os de alta complexidade”, destaca a gerente de Qualidade do Hospital Santa Cruz, a médica infectologista, Dra. Adriana Blanco.

Linha de Cuidado

Desde a confirmação dos primeiros casos da Covid-19 no Brasil, a entrada de visitantes está restrita – mesmo na área da maternidade. Além disso, foram implementados novos critérios para os acompanhantes. “Por segurança, maiores de 60 anos, portadores de doenças crônicas ou que se encaixem nos grupos de risco para o novo coronavírus, não são autorizados a permanecer como acompanhantes no hospital”, informa Dr. Rafael. No caso de cirurgias eletivas, como as oncológicas, as consultas pré-anestésicas agora podem ser feitas por telemedicina e um novo fluxo de admissão do paciente foi criado.

Segundo o gerente médico, a triagem para identificação de sintomas respiratórios também passou a ser feita em três momentos distintos. “Na consulta com o anestesiologista, um dia antes da cirurgia, por telefone, e no momento do internamento. Em casos de suspeita, a cirurgia é cancelada e o paciente é imediatamente direcionado para avaliação médica específica”. Sem sintomas que contraindiquem a cirurgia, o paciente é encaminhado para o quarto, sem passagem por salas de espera ou setores administrativos. “Tudo isso foi pensado para reduzir ao máximo o deslocamento do paciente dentro do hospital”, completa Dr. Rafael.

Covid-19

Para reduzir ainda mais os riscos de contágio dentro da unidade, o Hospital Santa Cruz criou espaços específicos para suporte aos casos suspeitos ou confirmados da Covid-19. “Desde março, todos os pacientes com febre, tosse ou dificuldade para respirar que buscam nosso pronto-socorro são atendidos no ambulatório modular instalado no estacionamento, com entrada pela Avenida do Batel. Dessa forma, conseguimos manter a segurança do PS e garantir o suporte a outros problemas de saúde não relacionados à pandemia, como infartos, AVCs e geriátricos”, indica Dra. Adriana.

O isolamento também foi adotado em outros setores. “Os pacientes graves com suspeita ou confirmação para o novo coronavírus recebem cuidados intensivos na UTI Respiratória, com oito leitos exclusivos e instalada em local separado da UTI Geral. Os casos mais leves, mas que ainda precisam de suporte hospitalar, são acomodados em um andar exclusivo, com 14 quartos individuais”, informa a médica infectologista do Hospital Santa Cruz. As gestantes e os pacientes cirúrgicos também ganharam andares privativos.

De acordo com a Dra. Adriana, ainda foram feitas adaptações nas escalas das equipes médicas e assistenciais. “Os profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19, atendem exclusivamente pacientes com suspeita ou confirmação da doença. Da mesma forma, não há rodízio nas equipes cirúrgicas e obstétricas. Com esse modo de trabalho, temos conseguido evitar a contaminação cruzada, tanto entre os profissionais, quanto entre os pacientes”, ressalta Dra. Adriana.

Redação

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