O número de mortes de pessoas negras por Covid-19 é 5,8 vezes maior do que o de pessoas brancas, diz análise do Boston Consulting Group (BCG) que observou dados de órgãos governamentais dos Estados Unidos. Entre os hispânicos, o número é 4,2 vezes maior. O principal motivo atribuído para esta disparidade é a alta exposição desses grupos ao vírus e o baixo acesso a testes.
Para o BCG, os dados são preocupantes: os negros representam 32% das mortes pelo vírus apesar de corresponderam a apenas 14% da população norte-americana. Os dados variam significativamente de estado para estado, mas o número de mortes de negros por Covid-19 é maior do que a média geral na maior parte deles. Em áreas urbanas, o número de mortes é aproximadamente 1,5 vez maior; em áreas rurais, quatro vezes.
Para fazer uma estimativa realista de índices de pessoas contaminadas, é importante considerar as limitações de testes nos Estados Unidos e a alta prevalência de casos assintomáticos. De acordo com análises do BCG, as taxas de infecção para negros e hispânicos são, respectivamente, três e duas vezes maiores do que para brancos.
O BCG ressalta que existem quatro fatores que influenciam as disparidades raciais nos índices relacionados ao Coronavírus: maior risco de exposição, menos acesso a testes, condições de saúde e idade, e a falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade. Dentre eles, a tendência de alta exposição ao vírus é um dos principais motivos e está relacionada às questões sociais no país. De forma geral, os trabalhadores essenciais – como profissionais da saúde, entregadores, e funcionários de farmácia e mercados – são o grupo com maior risco de exposição ao vírus devido à natureza da atividade, e 45% das pessoas que realizam essas tarefas são negros.
O estudo “Bridging COVID-19’s Racial Divide” pode ser acessado na íntegra por meio deste link.