Grupo Leforte aumenta em 28% os transplantes de órgãos em plena pandemia

Enquanto os transplantes de órgãos apresentaram queda preocupante em todo o país, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Hospital Leforte – Unidade Liberdade, em São Paulo (SP), conseguiu aumentar o número de procedimentos realizados durante a pandemia.

“Fizemos um grande esforço para aperfeiçoar a captação de órgãos e também nos adequamos muito rapidamente aos novos protocolos de segurança contra a Covid-19”, diz o Dr. Marcelo Perosa, coordenador da equipe de transplantes.

O maior aumento foi registrado nos transplantes de fígado, com alta de 160% entre março e setembro de 2020, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em todo o país, no primeiro semestre, esse tipo de transplante sofreu queda de quase 7%, segundo a ABTO.

Outro destaque foi registrado nas cirurgias para transplante de pâncreas e rins simultâneos, cuja alta foi de 47% desde o início da pandemia.

“Implantamos rapidamente a teleconsulta e mantivemos o ambulatório de transplantes ativo. O nosso maior esforço, contudo, foi na captação de órgãos. Não tiramos o pé do acelerador. Organizamo-nos em logísticas complexas para captar órgãos em todo o país”, conta o Dr. Perosa.

Quanto ao fluxo de pacientes, o cirurgião explica que existem UTI e enfermaria, além de profissionais separados para evitar contágio por Covid. “Todo paciente passava por tomografia de tórax na admissão para o transplante”, diz o especialista. Como a sorologia para Covid-19 é demorada e o órgão retirado não pode esperar, fazer a tomografia de tórax foi uma forma mais rápida para identificar suspeitas de contágio pelo novo coronavírus, mesmo em pacientes assintomáticos. Em quatro ocasiões, o transplante não pode ser realizado por achados suspeitos da tomografia de tórax do paciente.

“Tem sido muito enriquecedora esta experiência durante as dificuldades impostas pela pandemia e, alinhados com orientações de Sociedades de Transplantes, não interrompemos a atividade de transplantes pois sabemos que a mortalidade de pacientes em fila de espera é muito superior a eventual mortalidade pela Covid”, afirma o Dr. Perosa.

Medula óssea

No caso dos transplantes de medula óssea, necessários para pacientes com doenças do sangue, a grande preocupação é com o cadastro de novos doadores. Esse número sofreu queda de 30% desde o início da pandemia. Isso prejudica o paciente, que pode esperar meses na fila até encontrar um doador compatível.

O transplante de medula óssea é indicado para casos de doenças do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, linfomas, anemias graves, hemoglobinoplatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, osteopetrose, talassemia major e outras. Além do cadastro de novos doadores, é preciso manter os dados atualizados, pois não são raros os casos em que um paciente compatível é identificado, mas o doador não é encontrado.

Veja o balanço de transplante do Grupo Leforte*

Órgão 2019 2020 Variação
Fígado 10 26 160%
Rim – Doador falecido 25 26 4%
Pâncreas + Rim 19 28 47%
Pâncreas 16 10 -37%
Total 70 90 28%

*Acumulado entre março e setembro

Redação

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