Ransomware é um tipo de software que impede o acesso aos dados de uma empresa ou pessoa; os hackers que o utilizam cobram um resgate, usualmente em bitcoins, para que o acesso possa ser restabelecido. A palavra ransom, em inglês, significa resgate; caso ele não seja pago, os dados são apagados ou então tornados públicos, causando danos aos seus proprietários.
Na semana passada, na Alemanha, uma mulher morreu por não ter sido atendida pelo hospital da Universidade de Dusseldorf, que precisou suspender a recepção de pacientes ao ter seus trinta servidores atacados por hackers que utilizaram um software desse tipo, pedindo um resgate de 900 mil euros.
Mas, os atacantes erraram o alvo; pretendiam atacar os servidores da universidade e não os do hospital. A polícia conseguiu, de alguma forma, contatar os hackers, que acabaram liberando os servidores do hospital, mas para a mulher já era tarde, pois veio a falecer quando era transportada para outro centro médico.
Órgãos de saúde são frequentemente atacados por hackers, que buscam principalmente roubar dados de pacientes. Ao contrário do que acontece com grandes empresas, as medidas de segurança que organizações desse tipo tomam, usualmente não são muito rígidas, o que as tornam vulneráveis.
Em 2017, o WannaCry, um grande ataque do tipo, paralisou inúmeras organizações, inclusive o United Kingdom’s National Health Service, a estrutura de saúde pública do Reino Unido. O ataque foi rapidamente contido e não há registro de mortes acontecidas em função dele, embora, já aquela época, especialistas diziam que era uma questão de tempo para que isso acontecesse.
Infelizmente, aconteceu. A polícia alemã investiga o assunto e diz que os responsáveis poderão ser acusados de homicídio.
Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie