Novembro Azul e o desafio de encorajar os homens a cuidarem da própria saúde

O mês de novembro já começou. Isso significa que o IBCC Oncologia dedica atenção extra à saúde dos homens. O movimento Novembro Azul, criado em 2003 na Austrália, alerta a sociedade e, em especial os homens, quanto aos cuidados relacionados à saúde masculina. E o que se percebe é que a saúde masculina está em crise. Globalmente, os homens morrem em média 6 anos mais cedo do que as mulheres. Medidas simples, como manter hábitos alimentares saudáveis, não fumar e praticar exercícios físicos podem ajudar a evitar ou retardar problemas de saúde, como por exemplo o câncer.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1/3 das mortes por câncer se devem aos 5 principais riscos comportamentais e dietéticos: alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física, uso de tabaco e uso de álcool.

Os 5 tipos de câncer que mais acometem o sexo masculino são os classificação abaixo:

1º Pele não-melanoma com 83.770 casos

2º Próstata com 65.840 incidências

3º Cólon com 20.520 ocorrências

4º Pulmão com 17.760 episódios

5º Estômago com 13.360 registros

Com isso, ao todo, 201.250 homens podem ter uma dessas espécies de câncer neste ano, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Juntos esses cânceres ocasionaram mais de 52 mil mortes em 2018 e destes 15.576 foram por câncer de próstata. Dados mostram que tanto no Brasil como em todo o mundo, o câncer de próstata é o segundo que mais acomete os homens, perdendo apenas para o câncer de pele (não-melanoma). Mundialmente foram registrados mais de 1,28 milhão de casos da doença, em 2018, enquanto no Brasil, temos 68.000 casos novos por ano de homens com essa neoplasia.

No entanto, o câncer de próstata pode ser curável se diagnosticado em fase inicial, de acordo com o médico urologista e especialista em cirurgia de próstata, do IBCC Oncologia, Dr. Alvaro Bosco. “Por isso, homens acima de 50 anos ou a partir de 45, se houver fatores de riscos, como histórico da doença em parente de primeiro grau, ou homens afrodescendentes, devem fazer acompanhamento, segundo indica a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)”, observa o urologista.

Vale observar que o câncer de próstata, pode aparecer com tumores indolentes e pouco agressivos, e assim muitas vezes silencioso e quando apresenta sintoma pode já estar em fase avançada. Por essa razão, o rastreamento do câncer de próstata permite o diagnóstico de tumores mais precoces e a cura por meio de tratamento específico chega a 90%. Entretanto, se a descoberta acontecer em estágio avançado do cancro as possibilidades de recuperação diminuem e pode haver a necessidade de terapêuticas adicionais.

“Hoje somos capazes de fazer diagnósticos mais precisos por meio de biópsia com fusão de imagem com a ressonância magnética multiparamétrica de próstata – exame de crescente relevância na prática urológica pelos avanços tecnológicos de equipamentos e pela introdução de sequências funcionais que possibilitam maior exatidão na detecção e caracterização de tumores prostáticos”, diz. Quanto aos tratamentos, Dr. Alvaro destaca que podem ser realizados de modo convencional ou minimamente invasivos por laparoscopia ou robótica. “Acredito que a chave para sucesso no tratamento do câncer passa por uma detecção precoce, uma seleção adequada do melhor tratamento para cada caso (de forma individualizada) e seguimento de perto para aqueles que possuem um tumor de baixo potencial de agressividade”, acrescenta. “Em ocorrências de tumores neoplásicos avançados, ou metastáticos, existe uma gama de fármaco cada vez maior, inclusive com terapias medicamentosas para pacientes com cânceres que apresentam mutações genéticas”, destaca.

Vigilância ativa para quem já foi diagnosticado

A vigilância ativa é o termo que utilizamos para o seguimento que é realizado em pacientes que já possuem o câncer de próstata, mas que é muito pouco agressivo. Estes pacientes, podem ser seguidos mais de perto, com avaliações a cada 3 meses com PSA, toque retal além de novas biópsias e ressonância magnética para determinarmos se o tumor não muda de característica. “O acompanhamento de tumores indolentes, que têm pouca possibilidade de progressão devem ser realizados para minimizar possíveis sequelas que os tratamentos mais invasivos podem gerar.  É muito importante esta informação, pois o que se questiona hoje é se não fazemos diagnósticos demais (“over diagnosis“) e tratamentos demais (“over treatment“), causando mais sequelas do que benefícios”, conclui o dr Álvaro.

Redação

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