Evento internacional discute o futuro da telemedicina e inovação em saúde

No Hospital Moinhos de Vento, durante a pandemia, equipamento de telemedicina também aproxima familiares das equipes de saúde e pacientes que estão isolados no CTI

Se há alguns anos a telemedicina era vista com curiosidade ou alguma incerteza, a pandemia da Covid-19 consolidou a importância dessa tecnologia para a saúde. Com a necessidade do distanciamento social, as consultas remotas se disseminaram pelo Brasil, facilitando o acesso da população aos serviços médicos — e auxiliando profissionais a compartilharem conhecimento sobre o Coronavírus. Porém, ainda existem desafios a superar para que essa modalidade seja uma realidade a todos os brasileiros.

A expectativa de um futuro cada vez mais digital e as perspectivas de avanços e inovações em saúde estão no centro do 1º International Innovation Telemedicine Summit, que acontece de forma virtual neste sábado (21). O evento é promovido pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), e pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

Grandes especialistas internacionais e nacionais compartilharão suas experiências sobre a telemedicina. Entre eles, o australiano Alan Taylor, vice-presidente da Australasian Telehealth Society. Pesquisador dessa modalidade no Brasil e na Austrália, ele avalia que estamos muito à frente de outros países nessa área. No entanto, ainda existem gargalos a serem resolvidos, como a alta exigência de tecnologias para o atendimento. “O SUS precisa de financiamento integral para desenvolver formas de atenção que atendam a todos os brasileiros — pessoalmente e com tecnologia”, afirma Taylor.

O evento está com inscrições abertas e gratuitas, que podem ser feitas pelo site eventoshmv.proadi-sus.org.br/teleuti. As vagas são limitadas.

Experiências bem-sucedidas

Em parceria com o Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento desenvolve dois projetos de telemedicina. Lançado em 2017, o TeleOftalmo conecta os profissionais da instituição com consultórios de várias regiões do Estado. Em três anos, foram mais de 30 mil atendimentos e mais de 10 mil óculos entregues à população. O TeleUTIP tem ajudado a qualificar o serviço de terapia intensiva pediátrica em hospitais do Ceará, do Rio de Janeiro e de Tocantins. Desde o início do trabalho, foram mais de 7.500 atendimentos, salvando 649 vidas.

Em 2020, com a pandemia, a experiência do TeleUTIP levou à criação do TeleUTI, para auxiliar os serviços de terapia intensiva no enfrentamento da Covid-19. “Conseguimos reduzir pela metade o tempo médio de internação de pacientes graves com a doença, em UTIs de sete hospitais SUS do Rio Grande do Sul ao Pará”, celebra Felipe Cezar Cabral, coordenador médico de Saúde Digital no Hospital Moinhos de Vento.

A instituição também reforçou sua estrutura, permitindo realizar mais de 15 mil atendimentos médicos remotos para pacientes e colaboradores. Além disso, avançou no projeto Regula Mais Brasil, iniciativa colaborativa dos cinco hospitais de excelência pelo Ministério da Saúde, que utiliza a telessaúde para apoiar médicos das unidades básicas e orientar a regulação das filas para consultas na atenção secundária.

“Nossos profissionais estão atendendo pacientes do Recife nas especialidades de Cardiologia e Neurologia. Em breve, ampliaremos para a saúde mental. Com os teleatendimentos, estamos conseguindo reduzir a espera e oferecer melhores condições à saúde dos pacientes”, reforça Cabral.

Redação

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