Com um projeto inovador, a Siemens Digital Industries Software, especialista em inovações de automação e digitalização, participou do desenvolvimento de um sistema robotizado para coleta de lixo hospitalar com o objetivo de reduzir o risco de contaminação da Covid-19 entre os profissionais que atuam na linha de frente no combate a Covid-19. O protótipo está sendo preparado para atender a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. A ação está sendo realizada em parceria com a SPI Integração de Sistemas e o Instituto de inovação do Hospital (Inova-HC).
Com o aumento do número de casos de internação pela doença ao longo do ano, houve também um aumento exponencial do consumo de equipamentos de proteção individual (EPIs) nos hospitais, resultando em uma grande quantidade de resíduos potencialmente perigosos para as equipes médicas. Desde o início da pandemia, mais de 257 mil profissionais de saúde já foram contaminados pelo novo Coronavírus no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
“Foi pensando nesses profissionais que decidimos unir forças e desenvolver um sistema inteligente, capaz de eliminar a necessidade de interação humana com resíduos possivelmente infectados pelo novo Coronavírus”, diz Daniel Scuzzarello – VP de Vendas e Country Manager da Siemens Digital Industries Software. Segundo o executivo, o projeto foi criado por meio da solução Process Simulate, em 3D. “Uma plataforma capaz de realizar simulações complexas, aberta e de fácil uso para modelar, executar e analisar inúmeras variáveis”, diz.
Múltiplas tecnologias
O protótipo se baseia na adaptação de um robô colaborativo que já era utilizado em fábricas para solda e encaixotamento e manuseio de materiais, que foram equipados com uma série de sensores inteligentes. “A plataforma da Siemens reúne as múltiplas tecnologias envolvidas no projeto, como Machine Learning, Simulações 3D, IoT e Robótica. Neste novo projeto, contêiner inteligentes de resíduos nos leitos da UTI avisam o robô que o lixo precisa ser recolhido, o protótipo se movimenta até o leito, recolhe o saco com os resíduos e o leva até outro local, depositando em um novo robô de acúmulo”, explica Elcio Brito, diretor de tecnologia da SPI Integração de Sistemas.
Foram testados digitalmente múltiplos cenários de operação para os robôs, visando criar um sistema capaz de atender os cerca de 300 leitos no Hospital das Clínicas dedicados aos pacientes diagnosticados com Coronavírus. “Foi um grande aprendizado, pois hospitais não foram pensados para trabalho colaborativo entre humanos e robôs. Usando a plataforma da Siemens, pudemos materializar no mundo virtual nossas ideias para validá-las junto às equipes médicas do Hospital das Clínicas. Agora, sabemos mensurar quantos robôs são necessários para dar conta de todo o andar de uma UTI como a do HC e desenvolver a melhor logística de manobra do robô dentro do ambiente hospitalar”, afirma Brito.
Saúde 4.0
O avanço da digitalização, em paralelo com a crescente flexibilização dos processos de produção, oferece novas oportunidades e opções para as empresas em todo o mundo e as capacita a lidar com as necessidades mais diferenciadas de cada tempo.
De acordo com estudos da consultoria empresarial americana McKinsey & Co (2019), considerando apenas os Estados Unidos, essas tecnologias avançadas, em 2025, deverão contribuir entre 6,6% a 7,6% em termos de aumento da eficiência do setor da saúde.
Com toda vulnerabilidade que a pandemia do Coronavírus evidenciou, o processo de digitalização no setor de saúde deve ser adiantado. “As tecnologias da indústria 4.0 têm uma oportunidade gigantesca no ambiente hospitalar. E todas as tecnologias abraçadas pela área da saúde geram impacto muito grande quando são bem sucedidas”, diz Marco Bego, Diretor do InovaHC e do Instituto de Radiologia (InRad).
No projeto em parceria com a Siemens Digital Industries Software e a SPI Integração de Sistemas, Bego afirma que os processos da Indústria 4.0 estarão cada vez mais presentes no setor da saúde. “É uma parceria com grande potencial de evoluir para atender outras instituições do sistema de saúde brasileiro, no entanto, o protótipo depende de investimentos para se tornar realidade no setor, mas já mostra o legado em termos de desenvolvimento e de domínio das novas tecnologias, o que poderá ser utilizado como suporte ao tratamento de outras doenças”, diz.