O canal arterial é uma estrutura fundamental para o feto, levando sangue oxigenado da placenta para as porções inferiores do organismo fetal. Após o nascimento, essa estrutura vascular se fecha espontaneamente na maioria dos bebês. Mas os prematuros têm predisposição de permanecer com esse vaso aberto após o nascimento, condição que pode levar a quadros como insuficiência renal e necessidade de ventilação mecânica prolongada.
Nos últimos anos, tem sido muito estudada a possibilidade de realizar procedimentos percutâneos minimamente invasivos para fechar o canal arterial de prematuros, com menor risco aos bebês. Essa terapia será o tema do evento “Fechamento percutâneo do canal arterial no prematuro extremo”, promovido pelo Núcleo de Cardiopatias Congênitas do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS). A atividade, online e gratuita, acontece na próxima segunda-feira (14), às 19h.
Especialistas de renome nacional e internacional participarão dos debates. O destaque é a presença do Dr. Shyam Sathanandam, da Universidade do Tennessee (EUA). “Ele realizou mais de 200 procedimentos e falará da técnica e dos benefícios dessa terapia”, destaca João Luiz Manica, cardiologista intervencionista em cardiopatias congênitas do Hospital Moinhos, e que foi o segundo profissional a realizar essa intervenção no Brasil, em um paciente de apenas 1,2 kg. “O procedimento durou cerca de uma hora e os benefícios foram evidentes nas primeiras horas, com melhora imediata do raios X de tórax e retirada da intubação após sete dias — estava em ventilação mecânica há 55 dias”, explica Manica, que conduziu mais um fechamento esta semana, em Porto Alegre.
O encontro, voltado a profissionais da área, debaterá temas como a visão do neonatologista, a avaliação cardiológica do prematuro extremo, além de uma discussão de caso. As inscrições podem ser feitas em fechamentopercutaneo.eventize.com.br.