Iniciado em 29 de agosto de 2017, o projeto ‘Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil’, do Ministério da Saúde, tem como objetivo reduzir 50% das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) nas UTI públicas. Em 4 de dezembro, foram apresentados os resultados dos 116 hospitais públicos e filantrópicos participantes. Felizmente, a meta foi batida e os índices de foram reduzidos em 53% nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em 33 meses, gerando uma economia de cerca de R$ 320 milhões ao SUS e salvando 2.430 vidas.
A iniciativa alcançou resultados expressivos na redução dos três principais tipos dessas infecções:
- Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL), com diminuição de 47%;
- Pneumonia associada à Ventilação Mecânica (PAV), com queda de 51%;
- Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical (ITU-AC), com redução de 68%.
Para o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte, o projeto reforça o compromisso do Ministério da Saúde na melhoria dos serviços prestados pelo SUS. “Essas infecções são atualmente a oitava maior causa de morte no país. Superamos a nossa meta, com um resultado incrível de 53% de redução. Isso significa 6.927 infecções evitadas. É gratificante ver que estamos no caminho certo, capacitando nossos profissionais, garantido a segurança do paciente e salvando vidas”.
O projeto orienta os profissionais das UTIs participantes a usarem metodologias e ferramentas da qualidade. Elas auxiliam na implementação de novos processos, de forma colaborativa e sustentável, diminuindo dessa forma os índices de infecções hospitalares e melhorando a segurança do paciente durante a sua permanência na UTI.
Durante do triênio de 2018-2020, ocorreram 6 sessões de aprendizagem presenciais com todos os 116 hospitais, 600 visitas presenciais nas UTIs, 180 visitas virtuais, mais de 3.220 pessoas envolvidas. “Um dos principais desafios enfrentados é promover a mudança de cultura no ambiente das UTIs, engajar os profissionais locais na mudança de ações rotineiras e na integração das equipes, para que haja um fluxo mais harmonioso, onde todos dão sugestões e criam soluções para garantir ainda mais a segurança de todos”, diz a coordenadora do projeto, Claudia Garcia de Barros. Ao longo do período, as equipes percorreram mais um milhão e meio de quilômetros para garantir o sucesso, o engajamento e monitoramento do projeto.
O Saúde em Nossas Mãos é executado de forma conjunta e colaborativa entre os cinco hospitais integrantes do PROADI-SUS, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês, com apoio do Institute for Healthcare Improvement (IHI), organização internacional sem fins lucrativos especializada em projetos focados em segurança do paciente.
Para o próximo triênio, o Ministério da Saúde pretende dobrar o escopo e envolver 240 unidades de saúde, além de incluir UTIs pediátricas no projeto.
Apoio na pandemia da Covid-19
Com a pandemia da Covid-19, o projeto voltou esforços para educar profissionais de saúde e prepará-los para enfrentar uma rotina ainda mais intensa nas UTIs. “A Covid-19 é uma doença que demanda cuidados adicionais nas UTIs, com frequente uso de dispositivos invasivos em situações de emergência, o que causa um maior risco de infecções. A distribuição de materiais informativos, como protocolos de atendimento, uso seguro dos EPIs, higiene das mãos e planos de contingência já eram práticas comuns no projeto, e foram reforçadas nesse período”, finaliza Claudia Garcia.