O cenário de pandemia mudou o dia a dia de todos desde o ano de 2020. Adiou encontros, as pessoas tiveram que se acostumar e se adaptar a tecnologia para matar a saudade e tornou datas comemorativas, para alguns, em um momento muito mais especial. O dia das mães, que acontece neste domingo (9), está cheio de ressignificações, principalmente para famílias que terão suas mães curadas da Covid-19, depois de terem sido internadas e passado dias longe do seu lar.
Ingryd Torres Wogel Santos, de 25 anos, está internada desde o dia 5 de abril de 2021, no Hospital Icaraí, de Niterói (RJ), onde tem quase 100 leitos específicos para atender pacientes com a Covid-19. Ingryd esteve em estado grave, foi entubada duas vezes, teve seu bebê no terceiro dia de internação, e deve receber alta nos próximos dias para curtir seu primeiro dia das mães com seu bebê, nascido no dia 7 de abril.
“Desde que iniciou esta pandemia fizemos tudo como foi orientado. Me preocupava com minha família, meus pais e irmãos. Até o dia que engravidei e o medo aumentou, mas seguimos nos protegendo, não recebíamos visitas e trabalho era em home office. Mas então, o que mais temia aconteceu, estava com os sintomas e fui internada. Mas quando veio a internação logo se iniciou uma grande corrente de oração de tantas pessoas envolvidas que não posso mensurar. Pessoas conhecidas, outras não, família e familiares, amigos e colegas de trabalho. Todos em um só propósito. Sou muito grata a Deus pela minha recuperação, pela minha vida e também aos médicos e toda equipe de enfermagem que com muita paciência, dedicação e cuidado fizeram de tudo para que eu pudesse melhorar daquela enfermidade”, conta Ingryd.
Ingryd e seu marido esperavam por Bernardo com ansiedade, porém ela teve que fazer uma intervenção na gestação para poder cuidar da sua saúde e o que acontece com as gestantes na hora do nascimento de seus filhos não aconteceu com a paciente.
“Não conheci nem amamentei meu filho que hoje está fazendo 1 mês de vida e ainda não pude encontrá-lo. Estou muito ansiosa por este encontro que tem sido amenizado por fotos e vídeos que minha mãe envia para mim. Só penso em encontrá-lo, beijá-lo e pegar no colo pela primeira vez”, conta Ingryd, que está com uma imensa expectativa da alta hospitalar para que possa conhecer seu filho já tão amado.
Segundo a Dra. Jaqueline Pais, coordenadora da clínica médica do hospital Icaraí, Ingrid está se recuperando bem do quadro respiratório e da força muscular, que são complicações comuns de um quadro grave da doença.
“Graças a uma equipe multidisciplinar experiente, da UTI e Unidade de Internação do Hospital Icaraí, a paciente vem apresentando melhora evolutiva importante e terá que continuar o acompanhamento com fisioterapia respiratória e motora em casa, após a alta hospitalar, para resolução total do quadro”, explica a dra. que ainda faz um alerta: “É importante procurar atendimento médico assim que apresentar os primeiros sintomas para que possa ser feita a avaliação e orientação adequadas do paciente”.
“Não vejo a hora desse dia chegar. E como disse minha mãe, eu também peço a Deus que me dê este presente: poder ter meu filho nos meus braços no meu primeiro dia das mães. Será maravilhoso poder passar este dia especial e marcante nas nossas vidas. Primeiro por conhecer meu filho e segundo por ser dia das mães”, diz Ingryd emocionada.