Cirurgiões brasileiros desenvolvem técnica minimamente invasiva para cirurgia da DTM

As alterações que afetam a articulação temporomandibular (ATM) apresentam alta prevalência na população. Segundo dados da Associação Americana para Dor Orofacial, cerca de 30 a 50% da população apresenta algum sinal ou sintoma de Disfunção Temporomandibular (DTM). Entre os mais comuns, temos a dor, limitação de abertura bucal e presença de ruídos articulares, como os estalidos e a crepitação.

Diversas podem ser as causas para a DTM, mas as principais são os hábitos parafuncionais como o bruxismo e o apertamento, bem como alterações sistêmicas, como os quadro de artrite reumatoide. Essas alterações levam em muitos casos ao deslocamento do disco articular que está localizado no interior da articulação e o paciente começa a apresentar os problemas anteriormente descritos.

“Felizmente a maior parte dos pacientes acabam evoluindo bem com tratamentos clínicos, porém uma parcela deles precisam ser submetidos a cirurgias para levar esse disco à sua posição de normalidade. Para isso, era necessário realizar incisões próximo ao ouvido, o que trazia riscos principalmente de lesão aos nervos e vasos que passam na região, podendo levar o paciente para um quadro de paralisia facial”, afirma o cirurgião bucomaxilofacial Dr. Fábio Ricardo Loureiro Sato.

Procurando diminuir esses riscos de complicações e proporcionar um retorno mais rápido às atividades do dia a dia, os doutores Fábio Sato e Gustavo Tralli desenvolveram uma técnica inédita no mundo, onde o reposicionamento do disco articular é feito por meio de videocirurgia, sendo capaz de ser reposicionado por meio de apenas dois pequenos furos na pele.

O Dr. Fábio Sato, um dos idealizadores da técnica, afirma que agora é possível o paciente operar e já ter alta no mesmo dia, e em apenas dois ou três dias, o mesmo já pode retornar às suas atividades normalmente.

A técnica inédita foi um dos destaques no último congresso mundial da especialidade e os resultados foram publicados recentemente na revista da associação europeia de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxiofacial.

Hoje, já são mais de 1.000 casos operados por essa nova técnica, e os resultados são excelentes, conforme mostram os dados publicados na revista. E as novidades não devem parar por aí, pois os pesquisadores estão em busca de adaptar novas tecnologias como a neuronavegação e o laser cirúrgico para tornar a cirurgia ainda mais precisa.

“O desenvolvimento de uma técnica exclusiva por cirurgiões brasileiros e que está revolucionando o tratamento para a DTM no mundo é motivo de grande orgulho para a cirurgia brasileira”, finaliza o Dr. Fábio Sato.

Redação

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