Autocuidado pode diminuir sobrecarga e gerar economia aos sistemas públicos de saúde

Com o intuito de conscientizar a população sobre a necessidade de se manter atento à saúde constantemente, em 2011 a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 24 de julho como sendo o Dia Internacional do Autocuidado. O termo, que abrange muitas esferas, envolve uma série de atitudes e hábitos saudáveis que contribuem não apenas com o corpo e a mente, mas também com a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo, garantindo, inclusive, que não haja sobrecarga tanto no serviço público como no privado.

A OMS aponta que o autocuidado está baseado em atitudes que buscam estabelecer ou manter a saúde, além de prevenir e lidar com doenças, o que inclui medidas de higiene, nutrição, estilo de vida em geral (como a prática de esportes, atividades de lazer, etc.), boas condições ambientais (moradia, hábitos sociais), socioeconômicas, culturais, e por último, mas não menos importante, o uso racional de medicamentos, como os MIPs.

“A discussão sobre o autocuidado é de extrema importância, já que pode não só ajudar as pessoas a entenderem como praticá-lo, mas também sobre o seu potencial na otimização de recursos e serviços nos sistemas de saúde, empoderando o indivíduo para que ele cuide de si próprio e de sua família, e como consequência, da sociedade e do ambiente em que vive”, explica Sydney Rebello, Presidente da divisão de Consumer Health da Bayer no Brasil.

O discurso do executivo está alinhado aos resultados de um estudo¹ conduzido pela Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR), que buscou entender os benefícios do uso responsável de medicamentos isentos de prescrição nos sistemas nacionais de saúde em cinco países – Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e México. O estudo revelou que as despesas gastas nos sistemas nacionais de saúde pública com quatro doenças comuns não graves (lombalgia, candidíase vaginal, resfriado, diarreia e lombalgia) chegam a US$ 2.7 bilhões (o equivalente a R$ 13.3 bilhões). Só no Brasil, são gastos cerca de US$ 1.2 bilhão (equivalente a R$ 5.9 bilhões) anualmente no atendimento destas condições no sistema público, atingindo a marca de 59 milhões de casos.

Um dos pilares do autocuidado, o uso consciente de produtos para a saúde, que inclui os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), pode trazer alívio e cura para muitas condições médicas como essas, que geralmente são de curta duração e não necessitam de um medicamento de prescrição ou atendimento médico em hospital, por exemplo. E dados do estudo¹ do ILAR comprovam isso: se 50% desses casos fossem solucionados pelo autocuidado, por meio do uso de medicamentos isentos de prescrição, poderia ser alcançada uma economia substancial de US$ 1.3 bilhão (equivalente a R$ 6.4 bilhões) aos sistemas nacionais de saúde pública.

O levantamento mostrou que a candidíase vaginal, por exemplo, gera despesas de US$ 11.2 milhões (cerca de R$ 55.1 milhões) ao sistema público de saúde no Brasil. “Um estudo encomendado pela Bayer ao IBOPE revelou que 3 a cada 4 mulheres terão candidíase vaginal em algum momento de suas vidas. Ou seja, é importante que elas tenham acesso à informação sobre essa condição e a medicamentos eficazes para o seu tratamento, sem necessariamente precisar recorrer ao médico no hospital/consultório”, conclui Rebello.

Vale a pena lembrar que o autocuidado estimula o uso racional e responsável de medicamentos de venda livre, mas o oposto disso pode significar o abuso de medicamentos – o que pode ser também considerado como auto prescrição. É importante sabermos diferenciar as duas práticas. Enquanto a automedicação é o ato de usar medicamentos isentos de prescrição para tratar condições simples e não graves, a auto prescrição é a prática (incorreta) de comprar e utilizar, por exemplo, medicamentos que só podem ser receitados por médicos.

Por isso, o acesso à informação e, se necessário, ao profissional de saúde, é fundamental para a orientação da prática do autocuidado. Segundo a vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (ABIMIP), Marli Martins Sileci, a entidade visa apoiar o sistema de saúde promovendo ações educacionais com informações qualificadas para a sociedade. “Esse empoderamento das pessoas sobre autocuidado deve ser feito de forma correta, consciente, responsável e segura. O autocuidado consiste em atitudes aplicadas em várias áreas da vida, por 24 horas e 7 dias na semana”, afirma Marli.

Uma alternativa que pode contribuir com a solução de casos menos graves – e, consequentemente, na diminuição da sobrecarga do sistema de saúde -, é o atendimento via telemedicina. O formato, que já era praticado antes da pandemia, se tornou ainda mais forte com a necessidade do isolamento social. Por exemplo, se o paciente está com sintomas como dores de cabeça, ou dores no corpo, mas não se sente seguro de tomar um remédio sem a indicação de um médico, ele pode optar por fazer um atendimento online e confirmar o melhor tipo de tratamento com um especialista.

O autocuidado em tempos de pandemia

No último ano, a Bayer encomendou ao IBOPE uma pesquisa para entender como a população brasileira cuida de si, o que significa autocuidado para esse público e o que mudou na rotina devido ao cenário da pandemia de Covid-19. Entre os achados mais relevantes, o estudo apontou que a Entre os achados mais relevantes, o levantamento revelou que 84% dos entrevistados buscam ter uma rotina de autocuidado, mas apenas 1/3 deles consegue pôr em prática esses hábitos regularmente. O brasileiro atualmente entende que o cuidado com o próprio corpo e saúde traz como principais benefícios o estímulo do sistema imunológico (31%), a diminuição da probabilidade de ficar doente (25%) e a promoção do bem-estar (21%).

A população passou a se preocupar ainda mais com a imunidade e com a higiene – cerca de um quarto dos entrevistados afirmou que passou a se cuidar mais nesses aspectos, 14% iniciaram a utilização de suplementos vitamínicos para reforçar o sistema imunológico e prevenir doenças, e 13% passaram a utilizar mais produtos de higiene pessoal.

Outro dado bem relevante do estudo está relacionado à dor. Segundo a pesquisa, 3 a cada 4 participantes declararam sentir algum tipo de dor frequentemente, com dores nas costas e dor de cabeça figurando no topo da lista (38% e 31%, respectivamente). Entre as mulheres, a proporção é ainda maior, com a dor presente no cotidiano de 82% das respondentes. Como consequência, cerca de ¼ dos entrevistados toma algum analgésico, pelo menos, uma vez por semana.

Nesse contexto, ações de autocuidado podem ajudar o indivíduo no manejo das dores do dia a dia. Além de medidas de prevenção necessárias para evitar que a dor surja, outras estratégias como o uso racional de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos isentos de prescrição podem contribuir para o alívio desses incômodos.

“A Bayer Consumer Health tem o autocuidado e a promoção da saúde e bem-estar como um propósito, que vem guiando todas as nossas iniciativas até aqui. Com isso em vista, a divisão vem se reinventando e trabalhando para oferecer produtos e ferramentas inovadoras para estimular ainda mais esse autocuidado, oferecendo aliados importantes da saúde e rotina das pessoas não só para o período de pandemia, mas por toda a vida” conclui o executivo da Bayer.

Referências:

¹ “Análisis económico mixto para estimar el beneficio de los medicamentos libres de venta libre (OTC) em cinco países de Latinoamérica”, Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR).

Redação

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