Nesta segunda-feira (13), durante encontro promovido pela Pró-Saúde sobre as estratégias na área de segurança do paciente, o médico e superintendente técnico da ONA (Organização Nacional de Acreditação), Péricles Góes Cruz, destacou o papel da gestão hospitalar na manutenção de uma cultura de segurança apta e operacional.
Ele também elogiou a atuação da Pró-Saúde frente aos hospitais que gerencia por todo o país e citou a gestão da entidade sobre o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, no interior do Pará. De acordo com Péricles, “ele nunca imaginou encontrar um hospital com aquela forma de atendimento, com aquela relação com os seus pacientes. Nesses momentos vale a pena todo o trabalho desenvolvido pela ONA”.
Assista a palestra:
Durante a palestra, realizada de forma online, o especialista iniciou o debate citando como exemplo os Estados Unidos e os números alarmantes envolvendo erros médicos como a terceira causa de óbitos no país, depois dos casos cardíacos e oncológicos. Com o surgimento da pandemia, o terceiro lugar foi assumido pela Covid-19.
O superintendente, que está à frente de uma entidade que desde 1999 é responsável pelo desenvolvimento de práticas em gestão e de técnicas assistenciais que levem à melhoria do cuidado ao paciente, reforçou as características que tornam os procedimentos mais seguros, reduzindo riscos e salvando vidas.
“Antes do início da pandemia estimava-se que globalmente mais de oito mil e duzentas pessoas morriam diariamente em hospitais de maneiras que poderiam ser evitadas. Deveríamos agir para que a segurança seja a nossa principal prioridade”, afirma.
Péricles reforçou que não se trata de buscar culpados. No entanto, ele reconheceu que há uma falta de transparência na prestação de cuidados. Além disso, o médico afirmou que o debate sobre esses temas permite um favorecimento na redução de danos desnecessários e até mortes.
“A cultura de segurança engloba as mentalidades, atitudes e comportamentos de todos os profissionais e quanto mais envolvidos no desenvolvimento e aplicações dos processos melhores serão os resultados”, ressaltou.
Péricles destacou alguns aspectos positivos que ampliam o valor da cultura de segurança do paciente junto aos profissionais. Entre eles está a comunicação, seja na realização de palestras e treinamentos, ou criação de políticas de segurança que ampliem a adesão dos colaboradores das organizações de saúde.
Outro ponto citado foi a participação das lideranças nas organizações para a criação de representatividade e envolvimento nos processos, reforçando, estimulando e interagindo junto aos colaboradores em relação a cultura da segurança. O especialista também destacou a criação de relatórios positivos, que sirvam como perspectiva da equipe, auxiliando na integração dos profissionais.
Antes de encerrar a sua participação no encontro, Péricles agradeceu o convite da Pró-Saúde que organizou uma série de lives com o objetivo de discutir as ações e principais estratégias em segurança do paciente.
Os encontros, realizados de forma online pela entidade filantrópica, continuam nos dias 15 e 17 com especialistas nas áreas assistencial e administrativa para aprofundar o debate sobre segurança do paciente.
No dia 15, às 15h, a médica e uma das maiores especialistas em segurança do paciente no Brasil, Elenara Ribas, aborda ‘A identificação dos riscos assistenciais e organizacionais como estratégia na segurança do paciente’.
Encerrando a série, na sexta-feira (17), o advogado e mestre em direito tributário pela Universidade de Lisboa, Bernardo Lobo, aborda ‘A contribuição da experiência do paciente na segurança assistencial’.
Para assistir gratuitamente às lives, que serão transmitidas pelo Microsoft Teams, clique nos temas de cada um dos dias:
– Dia 15/9, às 15h: “A identificação dos riscos assistenciais e organizacionais como estratégia na segurança do paciente”, com a especialista em segurança do paciente no Brasil, Elenara Ribas.
– Dia 17/9, às 15h: “A contribuição da experiência do paciente na segurança assistencial”, com o advogado e mestre em direito tributário pela Universidade de Lisboa, Bernardo Lobo, aborda.