Niterói: 70 mil pessoas deixaram de fazer exames para diagnosticar cânceres precocemente

Nesta sexta-feira (04/02), é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data marcada pela conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. Contudo, dados da Dasa e do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) mostram que, em 2021, 71.144 mil pessoas em Niterói podem ter deixado de fazer exames capazes de rastrear e diagnosticar precocemente cânceres colorretais, de mama, próstata e útero.

O levantamento – feito pela área de Data Analytics da rede – aponta os percentuais da população niteroiense com idade e/ou indicação clínica definidas pelas sociedades médicas que estão em um gap de cuidados, ou seja, aqueles que podem não estar em dia com os testes no último ano nas unidades da Dasa.

Segundo o mapeamento, 98% da população de Niterói com indicação clínica não realizou o exame de sangue oculto, que avalia a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes – que podem ser imperceptíveis –, e é muito utilizado para indicar câncer colorretal, segundo o oncologista do CHN, dr. Victor Machado.

A análise revela ainda que a realização de mamografia está em defasagem: 92% de mulheres deixaram de fazer o exame de rastreio ou diagnóstico para o câncer de mama no último ano.

Já o teste do Antígeno Prostático Específico (PSA), utilizado para a detecção do câncer de próstata, apresentou um gap de 64% de homens com idade elegível e indicação médica para realizar a investigação que estão em falta com o acompanhamento médico. Por último, os dados apontam uma lacuna de 80% para a realização do exame de Papanicolau, conhecido como preventivo, cuja principal função é o diagnóstico inicial de câncer do colo do útero.

Victor Machado avalia os dados com preocupação, já que a população deixou de buscar exames básicos e de rotina durante a pandemia. “Esses exames são importantes no rastreio ou diagnóstico precoce dos cânceres, por isso é fundamental a realização periódica conforme a indicação médica.  A detecção da doença em estágios iniciais é essencial para aumentar a chance de cura, que pode chegar, por exemplo, a mais de 90% para casos de câncer de mama”, afirma o oncologista.

O médico explica que, nas consultas de rotina, os pacientes recebem as orientações sobre quais exames devem ser realizados, de acordo com sua idade, condição clínica e alterações encontradas em sua história e no exame físico. Por isso, é necessário estar com exames e consultas em dia.

Mudanças no estilo de vida ajudam a reduzir as chances de desenvolver câncer

Além do acompanhamento e da realização de exames periódicos, buscar um modo de vida saudável também colabora para o combate e a prevenção de tumores.

De acordo com Victor Machado, apenas uma pequena proporção dos casos de câncer está ligada à hereditariedade. Mais de 80% dos casos estão relacionados com fatores comportamentais ou ambientais, que podem, direta ou indiretamente, causar a doença. Entre os fatores de risco aos quais as pessoas se expõem estão: tabagismo, sedentarismo, alta exposição aos raios ultravioleta (responsável por algumas formas de câncer de pele), consumo excessivo de bebidas alcoólicas, obesidade e má alimentação. “Quanto mais cedo pensarmos em adotar hábitos saudáveis em nossa rotina diária, mais ganhamos em qualidade para nossa vida, influenciamos com um bom exemplo os que nos rodeiam e menos pessoas adoecem”, alerta o oncologista do CHN.

Dez hábitos que diminuem as chances de ter câncer

Como prevenção, o dr. Victor relacionou dez atitudes que reduzem as possibilidades de desenvolvimento de carcinoma.

• Não fumar.

• Priorizar uma alimentação saudável.

• Combater a obesidade.

• Praticar atividades físicas ao menos três vezes na semana.

• Vacinar meninas e meninos contra o HPV.

• Vacinar-se contra a hepatite B.

• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

• Evitar alimentos ultraprocessados.

• Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h e usar chapéu e roupas com proteção UV, óculos escuros e protetor solar.

  • Praticar sexo seguro.
Redação

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