InCor recebe exposição da Sociedade de Cardiologia que homenageia centenário da especialidade no Brasil

Foto: Renata Féres

O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP), com a idealização da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), inaugura a exposição ‘No Coração dos Trópicos: Um Século de Cardiologia no Brasil’, um mural que retrata os 100 anos da prática e do desenvolvimento da especialidade no Brasil. A obra completa exposta de forma permanente na sede da SBC, no Rio de Janeiro, e um spin-off foi produzido especialmente para ficar em evidência no saguão do melhor centro de cardiologia do Brasil e América Latina. A cerimônia de descerramento da obra será transmitida online através das redes sociais do InCor e também da SBC.

A pintura é um conjunto de painéis de acrílico sobre tela justapostos, do artista plástico paraibano Flávio Tavares de Melo, que narra o esforço de homens e mulheres que fundaram e construíram uma das mais respeitadas cardiologias do mundo, como forma de homenagear cardiologistas e outros profissionais da medicina do final do século XIX até a atualidade.

Melo criou um conjunto de ambientes que se alternam entre a paisagem amazônica, o pavilhão mourisco da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), rios, o sertão, casas de taipa, que recebiam visitas de médicos e pesquisadores em busca de pacientes e de material para a cura a partir das mais diversas terapias, além, é claro, do edifício do InCor.

Retratados na obra, pintados num cenário tropical, destacam-se nomes como Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Dante Pazzanese, Luiz Décourt, Adib Jatene, Euryclides Zerbini e outros tantos, que muito contribuíram para a evolução da medicina no Brasil.

A aquarela traz desde a mudança do perfil nosológico do brasileiro até a alteração no padrão assistencial, em um universo de cores que retrata o humanismo que deve sempre nortear o exercício da medicina, a pesquisa e a evolução dos tratamentos.

SBC e InCor têm entre seus propósitos preservar a memória da cardiologia brasileira para conhecimento e difusão dos valores consolidados, no intuito de promover a saúde cardiovascular e o fortalecimento da especialidade no país. A história da cardiologia brasileira se confunde com a história de ambas instituições.

Em 2021, o InCor recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o World’s Best Specialized Hospital, promovido pela revista americana Newsweek, como o melhor centro de cardiologia da América Latina e do Brasil e, neste ano, também o de melhor hospital em cirurgia cardiovascular no continente sulamericano. O Instituto figura na lista dos 50 melhores hospitais do mundo nessas especialidades, ao lado de instituições prestigiadas como Cliveland Clinic, Massachucetts General Hospital, Mayo Clinic, The John Hopkins Hospital e Duke University, entre outros.

Esse legado teve início ainda na década de 1960, com a geração de pioneiros da cardiopneumologia e da cirurgia cardiotorácica no Brasil e América Latina, liderados pelos professores Euriclydes Zerbini e Luiz Venere Decourt, homenageados na exposição.

“É uma grande honra para o InCor receber a exposição que comemora os 100 anos da especialidade no Brasil e que foi pioneira na América Latina. É o momento de homenagearmos também os que ajudaram ao longo de gerações a construir a nossa cardiologia, que é uma das melhores do mundo na qualidade do atendimento, no ensino, na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias”, fala o cardiologista e presidente do InCor, Roberto Kalil Filho.

‘No Coração dos Trópicos’ faz um tributo a uma geração de ouro, que propiciou um dos orgulhos da medicina nacional, e imortaliza a cardiologia como ciência em uma sinfonia de cores, que ganha vida com a inspiração e o estilo ímpar de Flávio Tavares de Melo, um verdadeiro mestre da pintura.

“A medicina ascendeu à condição de ciência, sem deixar de ser arte das mais apuradas, sobretudo por ser voltada aos homens. É fundamental preservar o humanismo que norteou a ação dos médicos por séculos. O século XXI nos trouxe grandes desafios e a melhor forma de enfrentá-los é revisitar o exemplo dos nossos pioneiros, que nos deixaram um legado de ciência e humanismo. Em tempos de pandemia da maior crise sanitária da história, a arte de mãos dadas com a medicina é um bálsamo para a vida e para animar a nossa jornada”, fala o presidente da SBC, Celso Amodeo.

Redação

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