Cardiologia se prepara para o 76º Congresso da SBC

O grande encontro da cardiologia brasileira está chegando! O 76º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), acontece de 19 a 21 de novembro, totalmente virtual e gratuito, pelo segundo ano consecutivo.

“Teremos um excelente congresso com a abordagem de assuntos palpitantes da cardiologia, apresentando o que há de mais novo em termos de tecnologia e tratamento, com palestrantes nacionais e internacionais”, conta Alexandra Mesquita, presidente desta edição do evento.

Segundo ela, a cada ano, o congresso se supera. “Em 2020, mesmo com a alteração de formato presencial para virtual, ultrapassamos as expectativas, somando 18 mil participantes. Na edição 2021, aguardamos um público ainda maior, pois as pessoas já estão familiarizadas com o sistema”, conta.

Entre os temas que serão discutidos está a telemedicina, o que mudou durante e pós-pandemia. “O mundo não será o mesmo após a pandemia, tanto no aspecto socioeconômico quanto na saúde. Quais são os cuidados com quem contraiu a doença, os sintomas pós-Covid-19, as sequelas, a importância e o impacto da telemedicina na saúde nesse período, etc. Tudo isso vamos abordar no congresso. Teremos assuntos muito interessantes”, expõe Alexandra.

O evento contará com as participações especiais de grandes instituições internacionais, como American College of Cardiology, European Society of Cardiology, American Heart Association e World Heart Federation.

Dentre as novidades deste ano está a realização do SBC Talks, com convidados de diversas áreas. Em cada sessão, um médico fará a explanação de um determinado tema, levando o público à reflexão sobre assuntos importantes, além de sua especialidade.

Alexandra lembra que este ano já ocorreu o congresso do American College of Cardiology (ACC 2021), em janeiro, e o congresso da European Society Of Cardiology (ESC), em agosto. E, em novembro, haverá o American Heart Association Scientific Sessions (AHA 2021). “Com o congresso da SBC acontecendo depois desses eventos, podemos fazer um apanhado de tudo o que foi apresentado, o que o torna bastante abrangente e muito esperado por brasileiros e parceiros do mundo inteiro”, destaca.

Casos clínicos

Este ano, o congresso terá seis mesas de discussão de casos clínicos reais. Um apresentador, considerado expertise máxima no tema, conduzirá a sessão com quatro debatedores, também especializados na doença em questão, trazendo à tona as questões mais polêmicas e levando o debate para uma possível convergência de opiniões.

“As nossas diretrizes serão sempre aplicadas e servirão de farol na orientação dos exames e da terapêutica. A sequência será a mais acadêmica possível no sentido de um aprendizado mais clínico e clássico”, expõe Rui Póvoa, integrante da Comissão Executiva Organizadora da Programação Científica (CeCon).

A SBC sempre procura contemplar todas as grandes áreas da cardiologia, com preferência às mais comuns no cotidiano do especialista, como doença coronária e insuficiência cardíaca. Porém, este ano, será discutido um caso de doença de Chagas aguda por via oral, tema escolhido devido ao aumento sensível de ocorrências na região amazônica.

Além disso, também será apresentado um caso de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, levando ao debate sobre a eficiência dos novos fármacos neste tipo de patologia. “A avaliação pré-operatória foi incluída pela necessidade de o cardiologista geral se aprimorar neste tipo de situação. Geralmente, o cardiopata que vai para cirurgia apresenta diversas comorbidades que dificultam o manejo pré e pós operatório”, conta Póvoa.

As sessões clínicas, comuns em todos os congressos, são muito concorridas. “Inclusive existem congressos só de casos clínicos, pois o aprendizado tem uma aplicabilidade prática mais imediata. O congressista pode interagir de forma ampla esclarecendo as dúvidas com grandes especialistas”, expõe.

Programação internacional

Cerca de trinta convidados internacionais palestrarão no congresso, falando diretamente da Argentina, Moçambique, Canadá, Reino Unido, Israel, Portugal, Angola, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suíça e outros. Serão cinco sessões gravadas e transmitidas on demand e outras nove que acontecerão ao vivo.

“Sempre temos a preocupação em trazer o que existe de mais recente na especialidade por meio da experiência de grandes autoridades da cardiologia mundial. As expectativas para essa edição do congresso são muito altas”, comenta David de Pádua Brasil, diretor de pesquisa da SBC.

Muitos dos temas que serão apresentados estão relacionados à pandemia de Coronavírus, assim como aconteceu na edição passada. “No entanto, estamos vivendo uma fase um pouco diferente de 2020, quando todo mundo estava muito concentrado no assunto Covid-19. Este ano, continuamos tratando do tema, que é de altíssima envergadura, mas também levaremos outros de grande importância para a especialidade”, conta David.

Entre eles estão: inibidores de SGLT2, doenças negligenciadas, insuficiência cardíaca no paciente com câncer, doença aterosclerótica polivascular e febre reumática.

Uma das palestras on demand discutirá casos clínicos com a Israel Heart Society (IHS), tendo a participação de Guy Rozen e Rabea Asleh. Outra envolve a SBC e a Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa (FSCLP), moderada por Fausto Pinto (Portugal), presidente da World Heart Federation, e Celso Amodeo, presidente da SBC. Os palestrantes serão Victor Manuel Machado Gil (Portugal), e Gade Satuala Vasco Miguel (Angola).

Também são on demand o Simpósio de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação (ReSS SBC 2021), com a participação de Vinay Nadkarni (Estados Unidos); a sessão conjunta entre SBC & Worldwide CardioDiabetes, com palestras de HJL Heerspink (Holanda), Mikhail Kosiborod (Estados Unidos) e Itamar Raz (Israel); e a atividade conjunta entre SBC e International Society of Cardiovascular Pharmacotherapy (ISCP), com os palestrantes Felipe Martínez e Alberto Lorenzatti, ambos da Argentina.

No dia 19 de novembro, a primeira palestra internacional ao vivo, às 19h30, é sobre global health, focando em prevenção, com participação de Peter Libby e Valentin Fuster, dois dos mais importantes cardiologistas dos Estados Unidos.

Na sequência, às 20h40, acontecerá uma sessão conjunta entre a SBC e a Sociedade InterAmericana de Cardiologia (SIAC), sobre doenças negligenciadas, com Alvaro Sosa Liprandi (Argentina). A moderação será de Celso Amodeo, presidente da SBC.

No sábado, 20 de novembro, a programação inicia com uma sessão conjunta entre a SBC e a European Society of Cardiology (ESC), com José Luis Zamorano (Espanha) e Chiara Bucciarelli-Ducci (Reino Unido), a partir das 9h40.

Das 12h às 13h, a sessão conjunta é entre a SBC e a American Heart Association (AHA), com moderação de Celso Amodeo, presidente da SBC, e de Donald Lloyd-Jones, presidente da AHA, e palestras de Marc Bonaca e Louise Mccullough, todos dos Estados Unidos.

A sessão conjunta entre a SBC e a World Heart Federation (WHF) acontece às 14h20, com moderação de Fausto Pinto (Portugal), presidente da WHF, e palestras de Ana Mocumbi (Moçambique) e Karen Sliwa (África do Sul), ex-presidente da WHF.

Às 17h50 começa a sessão conjunta entre a SBC e a American College of Cardiology (ACC), com moderação de Dipti Itchhaporia, presidente da ACC, e palestras de Biykem Bozkurt, primeira autora da nova definição e classificação de insuficiência cardíaca, e James Januzzi, todos dos Estados Unidos.

Finalmente, no domingo, serão mais três sessões ao vivo. Uma da SBC com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), tendo a moderação de Lino Gonçalves e palestra de Silvia Ribeiro, ambos de Portugal, às 8h30. Às 9h40 será o Simpósio Internacional SBC/Duke University, com Renato Delascio Lopes e Christopher Granger, dos Estados Unidos. A última sessão, das 12h às 13h, é uma atividade conjunta entre a SBC e a Fundação Lemann (Brigham and Women’s Hospital – Harvard Medical School), novamente com Peter Libby (Estados Unidos).

“A sociedade convida todos a participarem do congresso, pois é uma grande oportunidade de interação entre os membros da família da cardiologia”, finaliza David.

Informações: www.sbc2021.com.br

Redação

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