Celebrado desde a década de 90, o Outubro Rosa visa conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama, doença que atinge cerca de 65 mil mulheres por ano no Brasil conforme levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Seu desenvolvimento acontece por meio da produção anormal das células de mama que se multiplicam aceleradamente, levando a formação de tumores.
Como forma de tratamento, um dos procedimentos realizados é a mastectomia, método que consiste na retirada do tecido mamário. Apesar de ser eficaz contra a patologia, a cirurgia traz consequências negativas na autoestima da mulher, que vê mudanças em sua imagem. Dessa maneira, o processo pode causar a insatisfação com o próprio corpo e um sentimento de inferioridade.
Uma das formas cada vez mais popular de trazer de volta a autoestima de pacientes que desenvolveram câncer é através da reconstrução mamária. Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que para a realização do procedimento o uso de células-tronco vêm apresentando resultados positivos na lipoenxertia da mama.
O médico explica que o processo de regeneração dos seios com o uso de gordura corporal é associado ao conteúdo celular, potencializando o método. “O uso de células-tronco mesenquimais auxilia no enriquecimento dos enxertos pois elas possuem propriedades de diferenciação e migração, de modo a fortalecer o tecido e garantir uma recuperação mais acelerada”, diz.
De acordo com o especialista, a lipoenxertia enriquecida poderá ser amplamente usada, como a prótese de silicone, no entanto com tecido autêntico e não artificial. “Diversos países como os Estados Unidos, Reino Unido e Japão estão realizando testagens com o uso de células-tronco na reconstrução mamária. Com resultados mais robustos, nos próximos anos, a técnica deverá ser uma tendência para garantir o bem-estar e a autoestima de mulheres que tiveram câncer de mama”, conclui.
Tatsui enfatiza a importância da realização da mamografia como forma preventiva à doença e o autoexame, realizado pela mulher através da palpação das mamas. “Apesar de não garantir um diagnóstico concreto, o autoexame é o principal indicativo de tumores e anomalias. É fundamental que mulheres após os 40 anos façam testes anualmente, para prevenir e identificar inicialmente a patologia. Em casos de histórico familiar, após completar 20 anos, é recomendado consultar o ginecologista a cada doze meses”, finaliza.