O 57º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), evento dedicado às novidades e troca de experiências na extensa área de cirurgia plástica, contou com a participação de especialistas do cenário nacional e internacional, o que contribuiu para uma vitrine para profissionais da saúde, além de ter tido uma importante presença do público geral com aproximadamente 1.500 visitantes, que se reuniram entre os dias 3 e 6 de novembro.
O Brasil também esteve muito bem representado. Dr. Dênis Calazans, presidente da SBCP, participou do encontro e comentou sobre a importância do reencontro presencial após dois anos no formato digital. “Apesar de todos os desafios, em especial no período da pandemia, conseguimos cumprir uma agenda científica de grande relevância para a cirurgia plástica e, mesmo distante, conseguimos estar presentes oferecendo aos membros a possibilidade de ensino a distância, o que foi um grande marco em 73 anos da Sociedade. Então, fechamos esse ciclo proporcionando esse belo encontro presencial”, conta Dr. Dênis.
O programa de quatro dias incluiu workshops, palestras, apresentações e discussões, liderados por diversos médicos renomados em cirurgia plástica, como relata o Dr. Dênis. “A programação científica foi rica de temas importantes para a área e que estão em voga nas diferentes esferas da sociedade brasileira e do mundo. Entre os temas, destacamos os debates para tumores de pele, pós-bariátrica e cirurgia íntima”, relata Dr. Dênis
Temas em destaques
Um dos destaques foi a palestra sobre “tumores de pele”, tendo em vista que dezembro é o mês de conscientização do câncer de pele – conhecido como Dezembro Laranja. Na ocasião, especialistas debateram sobre as precauções em relação ao câncer de pele e a relevância dos novos protocolos de diagnóstico e tratamento.
Outro assunto que contou com o engajamento de grande parte dos participantes foi sobre o tema “Cirurgia Íntima” que inclui vários procedimentos, e um dos exemplos a ser citado é a cirurgia em pessoas trans. Com o aumento da procura por esse procedimento também está sendo gerada uma mudança dos hábitos sociais. Especialistas afirmam que há uma década havia uma dificuldade e uma certa resistência para se aprofundaram nessa área de atuação, “porém, atualmente, percebe-se uma mudança de comportamento da classe médica e uma consciência sobre a importância de buscar qualificação e conhecimentos para essas cirurgias – que envolve uma equipe multidisciplinar para atender cada paciente, pois as modificações corporais em pessoas”, explica o Dr. Dênis.
Com várias temas incorporados no Congresso, outro destaque também foi o tema de cirurgia plástica pós-bariátrica. No paciente que realiza este processo, há uma perda de peso muito grande e, consequentemente, uma grande sobra de pele. Nesta fase, entra a importância de um procedimento cirúrgico por um especialista em cirurgia plástica com o objetivo de retirar o excesso de pele.
Segurança do Paciente
Além do encontro proporcionar espaços de importantes discussões sobre diversos temas de relevância para a cirurgia plástica, uma questão que foi abordada durante os últimos anos pela imprensa também esteve no radar: a segurança do paciente em procedimentos em cirurgia plástica.
Na oportunidade, os especialistas ressaltaram que toda cirurgia plástica se trata de um tratamento médico e deve sempre ser realizado por um especialista na área, incluindo um diagnóstico, um plano de tratamento e cuidados essenciais com acompanhamento pós-procedimento. Outro ponto destacado foi que a cirurgia plástica não deve ser realizada por modismo ou impulso. Dr. Dênis Calazans enfatizou o alerta: “todo procedimento é de mútua responsabilidade, tanto do médico quanto do paciente – ao médico cabe o dever de informação e cuidado, e ao paciente cabe a compreensão das possibilidades do procedimento, incluindo riscos e limitações”.
Pensando na segurança do paciente, a SBPC recomenda que todos os pacientes sigam alguns critérios para sua própria segurança. Uma alternativa é checar se o médico responsável pelo procedimento tem cadastro ativo no Conselho Regional de Medicina da região em que atua e se, de fato, é habilitado em cirurgia plástica. Outra opção é pesquisar no site da própria SBCP para confirmar se o profissional é filiado à entidade. Essas são algumas formas de o paciente resguardar-se.
A SBCP também reforça que o tempo de 11 anos de formação é o que assegura a qualificação e a formação científica do médico por meio de estudo, treinamento e aperfeiçoamento, e que são chancelados por órgãos oficiais, como: Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira, Ministério da Educação e SBCP.