A experiência europeia: como otimização de recurso feita lá fora pode ajudar o sistema de saúde nacional

Em uma mesa redonda no CAD, a Hospitalar 2024 reuniu nomes importantes da saúde internacional para discutir como otimizar os recursos investidos na saúde com base em modelos inovadores pensando em eficiência operacional.

Sob a mediação da Martha Oliveira do Grupo Laços, Tim Morris da Elsevier, Caio Soares da Teladoc Health e Michela Romario e Mirco Lazzarini, ambos da VIVISOL, uma divisão do Grupo Sol falaram sobre as experiências e modelos adotados por países europeus para administrar os recursos investidos na saúde.

Dentre os convidados, Francis Fujii, Presidente da Comissão de Ética Médica do Samu, que não esteve presente pois foi destacado para dar suporte às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele se fez presente com um vídeo agradecendo e convidando todos a doarem para a causa.

A rodada de discussão começou com o modelo adotado pelo Reino Unido, via NHS – National Health System, ou sistema nacional de saúde, na sigla em inglês, trazido por Tim Morris, que explicou as mudanças sofridas pelo sistema público inglês depois das sequelas deixadas pela Covid-19. “A Covid-longa, por exemplo, é uma preocupação para o NHS, tivemos que rever a destinação de recursos para as pessoas que ficavam muito mais tempo internadas do que o esperado. Além disso, a população da Europa já é bem mais velha, e a saúde mental ganha um espaço mais importante no dia a dia dos tratamentos ofertados”, completa Morris.

Ele ainda fez um comparativo sobre o modelo BUURTZORG versus o que é usado no NHS hoje em dia, e ele revelou que esse outro modelo permite uma maior independência, tanto dos pacientes, quanto dos profissionais envolvidos no dia a dia de trabalho. Equipes multidisciplinares mais integradas, tecnologias como suporte à decisão clínica e ganho de tempo na tomada de decisões, são mais alguns dos exemplos de melhorias proporcionados.

Para o modelo da Itália de cuidado, a mesa contou com a experiência da Michela Romario, Corporate Operations PM da VIVISOL, a divisão de homecare da SOL Group. Explicando como funciona o sistema descentralizado de saúde, Michela explicou a importância que o cuidado em casa tem e o valor que ele gera para o paciente final. “O Importante é que o paciente esteja no centro do cuidado para conseguirmos prestar o melhor cuidado. Na Itália temos um sistema que prevê o cuidado obrigatório de um caregiver para todos os pacientes que estão sob cuidados do sistema de saúde em casa”, completa.

Para as experiências da Suíça, Alemanha e Brasil, Mirco Lazzarini, Business Executive Director (VP) Middle-Europe, Turkey, South-America da VIVISOL, a divisão de homecare da SOL Group, contou sua experiência em cada um dos países, com sistemas de saúde diferenciados e com especificidades para cada público que utiliza serviços de atendimento em casa. “Nossos pacientes são, em sua maioria, crianças e idosos, que precisam de um cuidado mais intensivo dentro de suas próprias residências. Para a destinação correta de recursos para esse cuidado, precisamos levar em consideração as equipes profissionais, seus deslocamentos para o atendimento e necessidades específicas de cada atendimento feito”, considera.

E por fim, Caio Soares, Chief Medical Officer na Teladoc Health, trouxe o modelo espanhol de cuidado e suas peculiaridades. “Juntamos todos os serviços da Teladoc em um único andar, que chamamos de QG. Ali é possível que todos os profissionais transitem no mesmo espaço, integrando ainda mais as equipes multidisciplinares. Segundo dados levantados internamente, isso possibilitou que a tomada de decisão aconteça em até 25% menos tempo do que antes”, exemplifica.

A discussão ainda trouxe pontos de vista com relação a entrega de valor e preço para os usuários da telemedicina globalmente. O Congresso de atenção Domiciliar e Cuidados de Transição é um importante momento de discussão sobre como vamos entender a saúde nos próximos anos.

Redação

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