A importância da medicina humanizada em época de pandemia

A medicina humanizada é aquela que tem, por excelência, colocar as necessidades dos pacientes em primeiro lugar, fazendo um atendimento diferenciado. O objetivo é tratar o paciente como um todo, e não somente da doença em si.

Em momentos instáveis como o que vivemos, enfrentando uma grave pandemia, as pessoas estão mais isoladas, reclusas, impedidas de se relacionarem de maneira normal com amigos, parentes e vizinhos. Essa situação se torna mais angustiante às pessoas que têm alguma doença, pois, invariavelmente, acabam sofrendo um isolamento ainda maior.

“É um momento de solidão e de carência, que aflige as pessoas que já têm comorbidades bastante limitantes. A falta de atenção, de uma palavra de apoio, de uma orientação sobre a atualidade que se está vivendo, traz uma sensação de negativismo sem precedentes”, explica o Dr. Adriano Luiz Guerra, médico cardiologista do Consulta Aqui (Grupo HAS).

Medidas de proteção individual, de maneira bem estruturada nas diversas instituições, permitem um contato presencial favorável a uma consulta com essas pessoas. “Contudo, tem que se analisar a questão em um contexto maior, que compreende desde como o paciente se locomoverá até a consulta, quanto tempo ficará na espera e, obviamente, o respeito aos protocolos de segurança. Tais fatores fazem parte da medicina humanizada”, completa o Dr. Adriano.

Um artifício positivo, gerado pela tecnologia, aos diversos obstáculos atuais é o advento da consulta on-line. Além de trazer a sensação de acolhimento, o paciente tem a chance de conversar com o médico, inclusive, sobre essas angústias que o aflige. Essa ferramenta é chamada carinhosamente pelo médico do Consulta Aqui de “papoterapia”. Vale frisar que, dependendo da especialidade, o atendimento on-line não substitui o processo presencial. “Porém, sempre existe a ideia, o intuito, o objetivo, de se atingir a valorização de um ser humano que procura outro ser humano a fim de sanar lacunas de dúvidas, incertezas, inseguranças e curiosidades”, complementa o cardiologista.

Já o Dr. Luca Nobre, médico coordenador do Pronto-Socorro do Hospital Albert Sabin de SP (HAS), lembra que o paciente que procura o atendimento médico, geralmente, se encontra em um estado de fragilidade emocional, mesmo que a queixa principal seja alguma condição física. Essa situação se dá com maior frequência em serviços de Pronto Atendimentos.

“O atendimento humanizado faz com que esse paciente se sinta confiante e a relação com o médico seja mais evidente, contribuindo para o bom resultado do tratamento”, diz o médico do HAS e explica que a humanização não demanda tempo, mas boa vontade e empatia.

A enfermeira do Hospital Albert Sabin de SP (HAS), Rosana Machado Coelho, também comenta sobre a medicina humanizada em seu meio de atuação. Ela conta que a empatia é sem dúvida o ponto crucial da sua assistência, uma vez que o paciente cofia sua vida nas mãos desses profissionais.

Importante também estender esse atendimento humanizado aos familiares, pois, esses também estão apreensivos e angustiados com a situação. “Como as visitas estão suspensas, devido à pandemia, no HAS, fazemos chamadas por vídeo aos familiares, passando boletins, informações e, consequentemente, acalmando essas pessoas enquanto seus entes queridos estiverem sob nossos cuidados. É também uma forma de nos aproximarmos desses familiares e entendermos melhor os anseios do paciente”, finaliza a enfermeira.

Redação

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