A robótica na urologia: novo robô Hugo chega ao Brasil

A cirurgia robótica tem sido uma importante inovação na área médica, proporcionando benefícios significativos para pacientes e cirurgiões. Recentemente, uma nova plataforma robótica chegou ao Brasil, trazendo avanços tecnológicos para a urologia.

De acordo com o Fernando Leão, urologista do Hospital Albert Einstein de Goiânia (GO) e um dos pioneiros certificados em cirurgia robótica no centro-oeste para atuar na plataforma Hugo, “o novo robô faz tudo o que a plataforma anterior era capaz de fazer. Ele atende perfeitamente todas as indicações já bem conhecidas para cirurgias urológicas, especialmente no campo da oncologia.”

A plataforma Hugo permite que o cirurgião opere sentado com a cabeça reta, de frente para a tela, excelente ergonomia e conforto ao cirurgião. Isso proporciona uma posição mais confortável ao cirurgião, resultando em menor desgaste durante cirurgias de longa duração.

As indicações para a cirurgia robótica abrangem o tratamento de tumores renais, tumores de ureter, bexiga e próstata, com foco principal na oncologia urológica. A utilização do robô como assistente em cirurgias de alta complexidade tem demonstrado resultados excelentes e superiores quando comparados à cirurgia via aberta.

Um estudo publicado em 2021 na revista científica Research, Society And Development identificou o perfil cirúrgico dos pacientes submetidos à cirurgia robótica em um hospital universitário. Os resultados mostraram que a cirurgia urológica foi a principal especialidade robótica, representando 61,2% dos procedimentos realizados. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (64,7%), com idades entre 60 e 69 anos (43,2%). A hipertensão foi o fator de risco mais frequente (46,8%).

Os benefícios da cirurgia robótica na urologia são significativos. O tempo de internação é reduzido em mais da metade, permitindo que os pacientes se recuperem mais rapidamente. Em uma cirurgia convencional para o tratamento de câncer de próstata, por exemplo, o tempo médio de internação é de três a quatro dias, enquanto em uma cirurgia robótica é de aproximadamente 24 horas.

Além disso, o uso de sonda no pós-operatório é reduzido, normalmente variando de cinco a sete dias em cirurgias robóticas, em comparação com 14 dias em cirurgias convencionais abertas. O sangramento durante o procedimento é minimizado, resultando em uma redução significativa na necessidade de transfusões sanguíneas no pós-operatório.

A incidência de infecções hospitalares e cirúrgicas também é drasticamente reduzida, pois, durante a cirurgia robótica, o cirurgião e a equipe não têm acesso ao interior do abdômen do paciente. O procedimento é realizado em uma cavidade abdominal fechada, com pequenas incisões para a entrada das pinças do robô, reduzindo assim o risco de contaminação cirúrgica.

A plataforma robótica, segundo Leão, tem mostrado resultados promissores no tratamento de problemas relacionados à função sexual, como impotência sexual e disfunção erétil, além da incontinência urinária. No entanto, é importante ressaltar que, assim como qualquer equipamento, o sucesso do procedimento depende não apenas da tecnologia, mas também da capacitação e experiência do médico.

O robô Hugo, que foi inaugurado no Chile em 2021 e já está em operação em vários países, incluindo Inglaterra, Alemanha, Canadá, Japão, Índia e Panamá, recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizado no Brasil em abril de 2022. A chegada dessa nova plataforma robótica representa um avanço significativo para a urologia brasileira, proporcionando aos médicos uma ferramenta de última geração para realizar cirurgias com maior precisão e eficiência.

Redação

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