Adesão a exames preventivos para rastreamento oncológico é baixa entre beneficiários de planos de saúde

Levantamento aponta que a adesão aos exames preventivos para o rastreamento oncológico, como Papanicolau, mamografia e próstata, é baixa entre os beneficiários de planos de saúde e que a pandemia de Covid-19 não provocou alterações consideráveis nos comportamentos. A pesquisa foi realizada pela empresa norte-americana Lockton, uma das líderes globais em corretagem de seguros e consultoria de benefícios, em sua base de clientes no Brasil.

Mamografia e Papanicolau

De acordo com o estudo, das 49.688 mulheres que estavam na condição de elegibilidade para o Papanicolau (grupo entre 25 e 64 anos) na carteira da seguradora, entre abril de 2020 e março de 2021, apenas 18.380 fizeram o exame preventivo (37%).

No caso da mamografia, 7.744 mulheres em condição de legibilidade (com idades 50 e 69 anos), presentes na carteira, no mesmo período, deveriam ter buscado o exame, mas apenas 3.000 fizeram o procedimento usando o plano de saúde (38%).

A pandemia e o receio de ir a hospitais não explica inteiramente a baixa adesão nos últimos 12 meses. Examinando os dados, o índice de adesão aos exames de detecção precoce de câncer no período pré-pandemia também ficou abaixo de 50%.

Das 59.209 mulheres, de 25 a 64 anos, registradas na carteira da Lockton, no período pré-pandemia (abril de 2019 a março de 2020) apenas 22.120 fizeram exames de Papanicolau (37%).

No caso das mamografias, das 8.494 beneficiárias elegíveis, naquele período, apenas 3600 realizaram o exame para detecção de câncer no seio, o que representou uma taxa de adesão de 42%, apenas 4 pontos percentuais a mais do que o verificado durante a pandemia.

Segundo Ricardo Sant’Ana, diretor de Benefícios da Lockton Brasil, trata-se de um comportamento enraizado. “Quando comparamos os dois períodos de apuração, não constatamos alterações significativas nos índices de realização dos exames de Papanicolau, enquanto a adesão aos procedimentos de mamografia foi reduzida em 4 pontos percentuais ao longo da vigência de Covid-19, possivelmente relacionada ao receio do contágio. No entanto, a variação é muito pequena.”, diz.

Exame de próstata

Já dados relativos ao exame de próstata revelam que entre abril de 2020 e março de 2021, dos 4.707 homens com idade entre 55 a 69 anos, que estavam na condição de elegibilidade para o procedimento, apenas 2.174 realizaram os exames preventivos, uma taxa de 46,2%.

O índice de adesão no período pré-pandemia também ficou abaixo de 50%. De abril de 2019 a março de 2020, entre 5062 homens elegíveis, 2.370 realizaram os exames, pouco mais de 46,8%.

Diante dos resultados, nota-se que também não houve redução considerável por conta da vigência do Covid-19. Apesar da pesquisa apontar uma diminuição no segundo trimestre de 2020, com menos de 13% dos eventos realizados no ano – uma queda de 78% em relação à 2019 -, os níveis de aderência já eram baixos antes do período de pandemia.

Por outro lado, o último trimestre de 2020 registrou um grande número de exames de próstata realizados. Segundo Ricardo Sant’Ana, diretor de Benefícios da Lockton Brasil, este pode ser um reflexo da demanda reprimida no início da pandemia. “Precisamos considerar que houve um momento de impacto por conta do isolamento social e das medidas restritivas. Neste período, foram priorizados os atendimentos de Covid-19 e/ou emergências”, explica.

Redação

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