AMIB e Ministério da Saúde assinam Acordo de Cooperação Técnica com foco nas UTI públicas

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e o Ministério da Saúde assinaram em 17 de dezembro, em Brasília (DF), um acordo de cooperação com o objetivo de utilizar o conhecimento técnico dos intensivistas para melhorar os indicadores de qualidade das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) e privadas. O foco do trabalho será a organização e aplicação de critérios mínimos de qualidade e eficiência.

O acordo tem como base três pilares: desenvolver o projeto Perfil das UTI no SUS, que consiste na avaliação das unidades públicas a partir de estabelecimentos de saúde, públicos e privados sem fins lucrativos; desenvolver o projeto AMIB Adota, que consiste em um estudo de caso no qual, com base em diagnóstico prévio, será instaurado um programa de capacitação técnica e gestão de uma UTI pública pelo período de 12 meses; e o desenvolvimento de cursos de capacitação para profissionais que atuam em UTI em parceria com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

O acordo prevê ainda a atuação da AMIB, por meio de suas regionais, na aplicação dos projetos e cursos, bem como na divulgação dos resultados nos meios de comunicação. O acompanhamento será realizado pelo Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET) e da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES) do Ministério da Saúde. A AMIB, por sua vez, criou uma comissão específica para acompanhar o tema.

“Esse acordo, além de inédito na história da AMIB, é importantíssimo, porque posiciona a nossa associação como assessora oficial no planejamento de políticas de saúde do ministério voltadas às UTI no Brasil”, destaca Dr. Ciro Leite Mendes, diretor presidente da AMIB.

“O ministro, assim como sua equipe, compreendem que a AMIB, na qualidade de representante oficial dos profissionais de terapia intensiva brasileiros, detém todas as qualidades necessárias para prestar esse aconselhamento, incluindo a capacitação técnica dos seus associados, sua capilaridade em todo território nacional, assim como os dados e indicadores de boa parte das unidades de terapia intensiva nacionais. Dessa forma, acreditamos que esse convênio irá influir de forma muito positiva para a melhoria da qualidade na prestação de cuidados aos pacientes críticos no Brasil”, completa o presidente.

Para Dra. Suzana Lobo, que passa a atuar como presidente da instituição a partir de 2020 e, portanto, estará à frente da execução do projeto, essa é uma “parceria muitíssimo importante, porque abre perspectivas de colaboração que irão certamente melhorar a qualidade das UTI Brasileiras”.

Já o Dr. Marcelo Maia, diretor secretário da AMIB, afirma que com o projeto a instituição cumpre sua função de representar e defender os interesses coletivos dos intensivistas brasileiros. “Esse acordo é renovável e com certeza será ampliado para incluir mais tópicos de colaboração, à medida que os bons resultados dos atuais projetos envolvidos na parceria forem surgindo”, avalia.

“Seguramente, nos últimos dez anos, essa será a principal contribuição da AMIB para melhoria da qualidade do cuidado ao paciente crítico. Uma grande oportunidade, que foi muito bem aproveitada pela diretoria atual”, diz o coordenador do projeto AMIB Adota, Dr. Ederlon Rezende.

UTIs pediátricas brasileiras passam a fazer parte do Registro Nacional de Terapia Intensiva

O projeto UTIs Brasileiras, uma parceria da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e da Epimed Solutions, acaba de lançar uma nova etapa na qual passará a compilar dados sobre o desempenho das UTIs pediátricas no Registro Nacional de Terapia Intensiva. A iniciativa, que já é realizada para as UTIs adultas, tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico das UTIs que atuam no país e compartilhar informações que possam ser úteis para orientar políticas de saúde e estratégias para aprimorar o cuidado dos pacientes críticos no Brasil, além de estimular o uso de indicadores de qualidade e desempenho na gestão, melhorando assim a qualidade da medicina intensiva e aumentando a segurança dos pacientes brasileiros.

O lançamento do projeto UTIs Brasileiras Pediátricas foi realizado no XXIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), promovido pela AMIB no último mês de novembro, em Fortaleza. As unidades participantes já têm acesso gratuito a um conjunto de dados para que possam se comparar com outras UTIs. Atualmente, já participam da contabilização de dados cerca de 100 UTIs pediátricas com cerca de mil leitos.

“Este é um projeto muito importante, pois a ferramenta das UTIs Brasileiras é o primeiro passo para a melhoria da gestão e consideramos isso o passo fundamental para melhorar a qualidade da prestação de cuidados aos pacientes gravemente enfermos de UTI. O projeto já vem sendo utilizado por uma grande quantidade de UTIs de adultos no Brasil e hoje é o maior banco de dados de pacientes críticos do mundo, com indicadores epidemiológicos e de qualidade, mortalidade, taxa de intervenção entre outros. A quantidade de unidades de terapia intensiva pediátricas é tão grande e importante quanto as unidades adultas”, afirma Dr. Ciro Leite Mendes, presidente da AMIB.

Iniciativas semelhantes em outros países, tais como Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia mostram-se essenciais para garantir a qualidade e segurança de pacientes críticos e são hoje uma importante base para projetos que têm como objetivo a melhoria da eficiência das UTIs e o desenvolvimento de pesquisa clínica de alto nível.

“Notamos que a compilação de dados das UTIs pediátricas também era fundamental, principalmente para discutirmos as políticas públicas de um modo geral, usando estas duas frentes, adulto e pediátrica, que são de grande relevância. É um projeto que tem sido essencial para que as unidades busquem uma melhoria contínua. Estamos cada vez mais satisfeitos com este trabalho, pois a AMIB segue trabalhando para dar mais qualidade e assistência aos pacientes críticos que estão nas UTIs do Brasil”, destaca Dr. Ederlon Rezende, coordenador do projeto da AMIB.

De acordo com dados do último Censo das UTIs, realizado em 2016 pela AMIB, apenas 24% dos estabelecimentos de saúde do país contavam com leitos de UTI, totalizando 41.741 mil leitos ou 8% do total de leitos hospitalares. Essa quantidade de leitos de UTI está concentrada em 521 municípios, que totalizam 15% dos municípios no Brasil. Destes 41.741 mil leitos de UTI, 27.709 correspondem a leitos adultos e 4.380 pediátricos, sendo os demais leitos neonatal, coronarianos e de queimados.

Redação

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